Setembro Amarelo: Funesa promove conscientização entre servidores

Setembro Amarelo: Funesa realiza ações de conscientização para servidores (Foto: divulgação)

“A impressão é de que as psicólogas estavam falando para mim. Já senti muitos dos sintomas abordados na palestra das psicólogas, pois sofri com depressão há alguns anos. Essa iniciativa é muito interessante, pois muitos se identificam com essa realidade e sintomas e nem sempre temos noção do que, de fato, está acontecendo. Daí a importância desse tema ser discutido para todos”. É assim que a assistente administrativa Isabela Matos entende a iniciativa da Coordenação de Promoção e Prevenção à Saúde (Copps) da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), em alusão ao Setembro Amarelo, que iniciou, nesta sexta-feira, 14, uma série de ações voltadas aos servidores. A primeira atividade foi uma roda de conversa que teve como tema “Abordagem sobre o suicídio: saber para prevenir”.

A finalidade das ações é sensibilizar os trabalhadores da Funesa acerca da temática do suicídio, sob a perspectiva de provocar reflexão, na identificação do sintomas e de que forma agir. Com esse foco, a Copps propõe ações dentro das diretrizes da Educação Permanente, por meio de metodologia participativa, a oportunidade de apresentar o tema, falar sobre ele e proporcionar o espaço para debate e escuta, preparando o servidor no seu trato com o outro. Ao propor a campanha em âmbito institucional, o projeto também informa sobre os procedimentos cabíveis e recomendáveis em caso da identificação de possível vítima de suicídio e valida o princípio da humanização.

Esse primeiro encontro contou com a participação das psicólogas Weidy Kraziany e Gilda Feitosa. A responsável técnica pela Atenção Psicossocial da Funesa, Flávia Cristina Mattos, foi a mediadora do bate-papo que mobilizou e fomentou discussões a respeito do suicídio. Gilda Feitosa, uma das facilitadora do bate-papo, falou sobre a necessidade de estar se falando sobre o suicídio, uma vez que existe um aumento muito grande nos casos. “Infelizmente o suicido está se disseminando e é importante e necessário estarmos dialogando, promovendo ações como está de hoje, que é uma conversa sobre tudo isso que está acontecendo, sobre os nossos estilos de vida e sobre um alerta que se faz necessário sobre a valorização da vida, tanto a nossa como a do outro”.

De acordo com Weidy Kraziany, coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Maruim e pós-graduanda em Psicologia Comportamental, os casos de suicídio no Brasil e no mundo estão crescendo mensalmente. Segundo ela, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam, em todo o mundo, por ano, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida. “Antes acreditava-se que evitar falar sobre o assunto era um fator de proteção, que as pessoas pensariam menos, mas as estatísticas têm mostrado que não é a realidade. Então é importante conversar sobre o tema, desmistificar esse tabu e alertar que é possível, sim, sair dessa desesperança, desse sentimento de inutilidade, mas de valorizar a vida”, frisa.

A coordenadora de Promoção e Prevenção à Saúde e organizadora do evento, Sandra Ribeiro, informa que o Ministério da Saúde determina que setembro é o mês em que se trabalha a temática da prevenção ao suicídio (desde 2015). Dessa forma, a coordenação definiu que todas as sextas-feiras de setembro, seriam realizadas ações para discutir o assunto. “Essa iniciativa busca instruir o nosso trabalhador, bem como sensibilizar esse olhar para quem está ao lado, porque todo potencial vítima de suicídio não decide de uma hora para outra. Há vários sinais que vão se apresentando aos poucos e que muitas vezes, no nosso dia a dia, não reparamos”.

Para Lavínia Aragão, diretora-geral da Funesa, ver o trabalho do Copps, ao trazer essa temática para dentro da instituição, é uma grande satisfação. “Não podemos esquecer que a Funesa é uma Fundação Escola e, por mais que a gente desenvolva serviços, a essência é a Fundação Escola de Saúde Pública. Então, nada mais coerente do que desenvolvermos ações internas nesse processo de conscientização. O nosso pedido é que não estacione por aqui, em ação pontual apenas no mês de setembro. Obviamente que, neste período, temos uma intensificação e os dados preocupam, inclusive no nosso estado. Por isso reforço aos servidores para construirmos, juntos, novas possibilidades”, ressaltou. Ela disse, ainda, que a Fundação tem feito parcerias com algumas instituições e parceiros do SUS (Sistema  Único de Saúde), para que mais ações internas possam ser efetivadas.

Programação

Durante este mês, a programação do Setembro Amarelo continua. Na próxima sexta-feira, 21, às 9h, acontecerá o Cine SUS, com a exibição do filme Si Puo Fare, seguido de uma roda de conversa sobre o filme. No dia 25, às 9h, haverá a Oficina do Corpo e Som e no dia 28, às 9h, acontecerá um momento de cuidados com o trabalhador, com os serviços do Movimento Popular de Saúde (MOPS), além de uma roda de capoeira.

Dados

O suicídio é a quarta maior causa de mortes no Brasil entre a população jovem de 15 a 29 anos. Em 2011 foram 10.490 mortes e em 2015 o número chegou a quase 12.000, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Desse total, 76% são homens. O número de causa mortis por suicídio chega aos 800 mil por ano, em todo o mundo (OMS, 2014), e o Brasil ocupa a oitava posição no índice. De acordo com dados de 2017, da Agência da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), Sergipe ocupa o segundo lugar no Nordeste e o terceiro lugar nacional, com cerca de 100 mortes por ano.

Para além dos silêncios e preconceitos que cercam o assunto, suicídio é caso de saúde pública que afeta toda a sociedade, precisa ser discutido e pode ser evitado, “Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as mortes podem ser evitadas por meio de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção a saúde” (Diretrizes Nacionais de Prevenção ao Suicídio – Port. 1,876/2006).

Fonte: Funesa

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