São diversos os fatores que podem levar alguém a considerar o suicídio como opção, seja de ordem emocional, social ou médica, como a depressão. Mas, em geral, a pessoa se enxerga em uma situação muito complicada, com muita dor e sofrimento, na qual ela não consegue achar uma solução, vendo no suicídio a última saída. Quem explica é a psicóloga da Maternidade Nossas Senhora de Lourdes (MNSL), Naiara França da Silva
Ela destaca que nas últimas décadas observa-se o crescimento ininterrupto dos casos de suicídios no Brasil. “Os números são especialmente preocupantes entre jovens. Em um período de 28 anos, houve um aumento de 30% nos casos de suicídio nessa população, taxa maior do que a média das outras faixas etárias. Os estudos chamam a atenção para o aumento da tendência de suicídio entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos”, ressalta a psicóloga.
Sobre a situação da mulher gravida e a possibilidade de cometer suicídio, Nayara observa que a saúde mental pode ser alterada por estresse ou situações mais graves e atenta que em gestantes o efeito pode ser bem maior. “No caso de mulheres com histórico de depressão ou tentativa de suicídio, familiares devem redobrar a atenção. É preciso estar atento aos sinais da depressão que podem levar mulheres ao suicídio. A falta de convívio social e a ansiedade tendem a aumentar durante a gestação e, com a pandemia, o isolamento social pode intensificar os sintomas de depressão e ansiedade já existente, aumentando os riscos”, explica.
Sobre como evitar o suicídio nas famílias, a psicóloga orienta que o círculo afetivo de uma pessoa com transtorno emocional tem o papel fundamental de ser agente de apoio, encorajamento e fortalecimento emocional pata ela, sendo preciso que familiares e pessoas mais próximas tenham uma atitude de escuta empática. “Mas não basta só conversar. É preciso, também, agir. Encorajar a busca por auxílio médico, indicar apoio especializado, fortalecer a rede de apoio dessa pessoa e, principalmente, restringir acesso a métodos possíveis de suicídio são as principais formas de ação”, alerta Nayara.
Sintomas silenciosos
A profissional de saúde mental alerta que geralmente as pessoas não se atentam ao que está acontecendo ao seu redor, mas todo mundo tem a capacidade de observar sinais de pessoas que possam estar pensando em suicídio. “Os sintomas nem sempre são visíveis, muitas vezes são silenciosos, mas há alguns sinais para os quais podemos prestar atenção. Há sintomas verbais e comportamentais que incluem isolamento, desinteresse, alterações no apetite e no sono, agressividade. No geral, sintomas de depressão associados a sinais verbais podem mostrar que a pessoa está em risco”, ressalta.
Ela observa que também a mudança brusca de rotina que a pandemia causou na vida e no trabalho das pessoas trouxeram impactos para a saúde mental. “Pesquisas vêm constatando que a depressão e a ansiedade aumentaram durante a pandemia, quando todos foram obrigados ao isolamento social, fazendo aumentar o medo com o futuro e elevando a carga de estresse. Falar abertamente sobre o assunto, desmistificando e eliminando os tabus que o envolvem. A conscientização e a informação são a chave para diminuir o número de suicídios. Aumentar o esclarecimento da população sobre os transtornos mentais e disponibilizar tratamentos eficazes também é necessário”, destaca.
Setembro Amarelo
Essa é a campanha de prevenção ao suicídio que visa a conscientização da população sobre esse grave problema e formas de evitá-lo. Essa é uma campanha de extrema importância, uma vez que o suicídio se tornou um grave problema de saúde pública e que, muitas vezes, pode ser evitado. Quando entendemos que o suicídio é uma realidade e que pode afetar pessoas ao nosso redor, fica mais claro que é fundamental conversarmos a respeito.
Para obter ajuda a pessoa que pensa em tirar a própria vida pode procurar o Centro de Valorização da Vida – CVV, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, pelo telefone 188. Em Sergipe, o CVV atende das 7h às 22h, todos os dias, inclusive domingos e feriados, pelo telefone (79)3213-7601.
Fonte: SES
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