Pacientes não são localizados com facilidade (Fotos: Arquivo Portal Infonet) |
Representantes do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) darão prosseguimento nos próximos dias às visitas nas unidades de saúde das redes estadual e municipal de saúde. Na quarta-feira, 23, uma comissão formada pelos médicos João Augusto Oliveira, Glória Tereza Lopes e Erick Barbosa, esteve no Pronto-Socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), quando constatou várias irregularidades a exemplo da falta de remédios e de equipamentos.
Segundo o diretor do Sindimed, Erick Barbosa, na fiscalização foi constatada a falta de ultrasonografistas. “A escala está desfalcada há algum tempo e não havia plantonista à noite”, ressalta lembrando que os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e os insumos também são insuficientes no Pronto-Socorro do Huse.
A falta de limpeza e a demora na realização dos exames foram outras irregularidades encontradas pelos representantes do Sindimed, entregaram um questionário junto aos servidores e pacientes. “O Huse está deficiente tanto nos recursos materiais quanto na questão de pessoal”, acrescenta Erick Barbosa.
Outras irregularidades
João Augusto, presidente do Sindimed Sergipe |
O presidente do Sindimed, João Augusto Oliveira informou que na Ala Vermelha não tem oxímetros, sem contar com a superlotação [20 pacientes internados quando a previsão da área é de apenas 16 leitos]. “No Repouso Multiprofissional, os colchões estão sem lençóis e o ar-condicionado não funciona”, lamenta.
Ele disse ainda que na Ala Amarela não tinha médico de plantão. “Desde o dia anterior, ou seja, na terça-feira, dia 22, permanecendo pelo dia 23 indo até a quinta-feira, dia 24. Portanto sem assistência médica para os 9 pacientes que estão internados. Ou seja, sem acompanhamento médico”, diz.
E que os setores de Neurologia, Endoscopia, colonoscopia e Broncoscopia, também apresentam irregularidades como material cirúrgico defasado, não há plantonista, nem anestesista, além da dificuldade em localizar os pacientes.
Para esclarecer o assunto, a assessoria de Comunicação da FHS enviu nota de esclarecimento. Confira a nota na íntegra:
"A direção do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) esclarece que estranha o conteúdo das críticas divulgadas pelos dirigentes do Sindicato dos Médicos e que não foi abordada para acompanhar a visita e apresentar "in loco" as explicações, já que todos os diretores estavam no Hospital na hora da visita, mas, infelizmente, não foram procurados. “Não nos furtamos em prestar quaisquer esclarecimentos a respeito dos setores onde foram encontradas as ditas irregularidades. Seria uma ótima oportunidade para mostrarmos os avanços obtidos nos últimos meses e discutirmos as ideias que estão em vias de implementação para melhorar o atendimento prestado pelo HUSE à população sergipana”, explica Augusto César Esmeraldo.
Em relação à Ala Vermelha, o diretor esclarece que a situação da unidade é reflexo do papel estratégico que o HUSE exerce no atendimento dos usuários do SUS no estado de Sergipe e estados vizinhos. “Querer atribuir a superlotação como um problema de gestão seria o mesmo que querer que os pacientes de toda essa região não adoecessem. Só não poderíamos estar lotados se fechássemos as portas do único pronto socorro de alta complexidade do Estado de Sergipe. E isto seria uma irresponsabilidade.”
Quanto à Área Amarela, a superintendência do hospital esclarece que há médico, inclusive com escala afixada no setor.
Sobre o Laboratório, o abastecimento de insumos tem sido monitorado semanalmente. “Alegar que os resultados são incompletos é muito genérico. Precisaria que o dito relatório, considerado por eles minucioso, realmente o fosse já que queremos acreditar que a intenção é ajudar a gestão. Ao mesmo tempo em que questionam também que as escalas médicas estão incompletas e determinam qual seria o número ideal de profissionais para cada setor, o Sindicato possui diretores que utilizam da sua função sindical para solicitar redução de carga horária, sem levar em consideração a desassistência que isso causa, principalmente em áreas com número escasso de especialistas”, aponta.
Sobre o serviço de endoscopia digestiva, o HUSE é o único do estado que funciona 24 horas ininterruptamente, atendendo inclusive pacientes oriundos de hospitais privados. “Funciona tão bem que estava sendo usado para pacientes ambulatoriais que não encontram esse serviço na rede municipal, nem no Hospital Universitário. Sobre a crítica de que o serviço de colonoscopia funciona de segunda à sexta, mas que no final de semana não existe escala, causando danos à população, nos causa espanto, já que desconhecemos qualquer hospital que possua esse tipo de serviço nos finais de semana. Assim como desconhecemos quais os danos trazidos aos pacientes devido ao exame que não é feito aos sábados e domingos”, afirma.
Quanto à broncoscopia, não houve interrupção do serviço que é realizado de forma terceirizada. Além disso, dois novos profissionais estão sendo contratados pela Fundação para ampliar a oferta desse serviço na unidade.
Augusto César reforça ainda que “gostaria que o Sindimed tivesse como foco a luta pelos interesses da categoria e da sociedade. Será que só existem problemas no HUSE? Porque não enaltecer o retorno do Centro de Trauma, fruto de reivindicações antigas da categoria que foi viabilizado nas primeiras semanas de janeiro, com o objetivo de darmos uma melhor atenção aos pacientes vítimas de trauma? Porque não falar do término do contrato de empresas que terceirizavam trabalho médico, contribuindo para a luta contra a precarização do trabalho? Porque não relatar as 800 cirurgias ortopédicas realizadas desde setembro de 2012, beneficiando centenas de usuários? Porém, pontos positivos não dão ibope e isso nos entristece”."
Por Aldaci de Souza com Informações do Sindimed
*A matéria foi alterada às 21h05 para acréscimo de nota de esclarecimento enviada pela FHS.
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