Sobram médicos em SE, mas faltam nas unidades de Saúde

Médicos lutam pela valorização da categoria (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

A população sergipana ficou surpresa com a divulgação de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira, 10, dando conta de que Sergipe apresenta o maior índice de médicos que atendem pelo Sistema único de Saúde (SUS) em todo o país. Segundo relatório, no estado, a média é de 4,2 médicos por cada mil habitantes, enquanto no Brasil, esta média é de 3,1 profissionais.

Após a divulgação do Ipea, as pessoas já começam a questionar em que municípios estão estes médicos.  O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) entende que sobram médicos, mas faltam atrativos financeiros e estruturais.

No Ministério Público Estadual tem sido comum há vários anos, a realização de audiências na Promotoria de Saúde, cujo foco é justamente a falta de médicos para suprir escalas em postos e em hospitais. E o problema não é registrado apenas em unidades públicas, mas nas particulares, o que gera inúmeras reclamações dos pacientes que amargam por atendimentos.

Dr. João Augusto: "Pesquisa confirma o que o sindicato martela há muito tempo"

Além da pesquisa do Ipea, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também divulgou dados sobre a quantidade de médicos. Os números foram apresentados em dezembro do ano passado, dando conta de que em Sergipe, o índice é de 1, 95 médicos para um grupo de um mil habitantes.

As duas pesquisas apontam números de médicos satisfatórios, já que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um médico para cada mil habitantes. O presidente do Sindimed, João Augusto Alves Oliveira, afirmou que a pesquisa do Ipea veio confirmar o que o sindicato ‘martela’ há muito tempo.

“O Ipea é um instituto sério e está mais ou menos confirmando o que já informamos há vários anos e o que o Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou, que é grande a quantidade de médicos para cada mil habitantes em Sergipe. O problema é que os médicos não estão na assistência por dois motivos: a falta de atrativos financeiros e a falta de condições de trabalho, o que vem causando um sério desgaste à categoria”, ressalta.

“Chegamos ao ponto de termos médicos brigando  dentro de um hospital por conta da falta de estrutura para prestar atendimento e com isso, o paciente fica no meio. Temos médicos suficientes, além do que preconiza a Organização Mundial de Saúde, mas nos deparamos com escalas furadas principalmente em virtude da falta de condições por parte do poder público. Não há como um médico sozinho dar conta de um hospital inteiro”, lamenta Dr. João Augusto.

Pesquisa

A pesquisa realizada pelo Ipea analisa a atuação em diversas áreas como saúde, educação, assistência social, previdência social, trabalho, entre outras. Os dados referem-se ao último ano disponibilizado e tratam em sua maioria de registros administrativos coletados junto aos ministérios, às autarquias e aos institutos de pesquisa. O estudo traz informações por regiões e estados como o número de médicos que atendem o SUS por mil habitantes, indicadores de seguro-desemprego formal e quantidade de professores.

Por Aldaci de Souza

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