Socorro: mãe acusa hospital regional pela morte de bebê

Daiane exibe o BO prestado na Delegacia (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Apesar de ter tido acompanhamento em pré-natal, o parto da estudante Daiane Santos Lisboa não foi bem sucedido. O bebê do sexo feminino nasceu vivo no Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro [José Franco Sobrinho] e foi transferido para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, devido a complicações pós-parto, e acabou morrendo naquela maternidade por hipertensão pulmonar severa, aspiração de mecônio (primeiras fezes eliminadas pelo recém-nascido) e asfixia neotanal, conforme explícito na certidão de óbito.

A família responsabiliza a equipe do Hospital Regional de Socorro pela morte do bebê. “Eles mataram meu filho”, reagiu Daiana, inconsolável. Ela diz que chegou ao hospital por volta das 21h do dia 21 e passou toda a noite acompanhada por enfermeiro porque não havia médico presente na unidade. A médica, segundo revelou, só chegou por volta das 7h40 da manhã do dia seguinte e ela teve a criança [parto normal] às 9h30.

No próprio hospital, conforme revelou, ela recebeu a informação que o bebê apresentou complicações e que teria sido transferido para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. “Recebi alta no dia 23 e, quando cheguei em casa, recebi o comunicado que minha filha tinha morrido”, lembra. A estudante relata também que o hospital não liberou seus documentos, inclusive o cartão de gestante. Na opinião da paciente, este episódio levanta ainda mais suspeitas sobre as circunstâncias em que o bebê morreu.

Boletim de Ocorrência

Bebê nasce em hospital regional e tem complicações

Inconformados, os pais do bebê [Daiane e o motoboy Ernest Erdrew Santos] prestaram queixa crime em Boletim de Ocorrência na 5ª Delegacia Metropolitana, responsabilizando a equipe do Hospital Regional de Socorro. “Lá na Delegacia, eles disseram que, com este Boletim de Ocorrência, eu fosse direto ao Ministério Público”, informou. “Não fui ainda, mas vou”, garante. “Não culpo a maternidade Nossa Senhora de Lourdes, a responsabilidade pela morte da minha filha é do hospital”, enaltece.

A superintendente do Hospital Regional de Socorro, Genisete Santos, desmente a versão da estudante e garante que o hospital dispõe de uma escala de plantão completa com dois obstetras que estavam presentes em todos os momentos em que Daiane recebeu atendimento. “O Boletim de Ocorrência é um direito dela, mas vou mostrar o prontuário comprovando que a paciente foi avaliada pelo obstetra”, diz.

A paciente acredita que o parto deveria ter sido cesário, mas a equipe a induziu ao parto normal. No entanto, a direção do hospital não vê erros no encaminhamento. “Seguimos as diretrizes do Ministério da Saúde, que orienta para o parto mais normal possível. A dilatação estava evoluindo normal, então não tinha porquê fazer cesariana”, observou a superintendente do hospital.

Atestado de óbito

Quanto ao prontuário, a superintendente revela que a paciente tem direito ao acesso, mas o documento só seria liberado se houvesse a requisição. “Em nenhum momento ela requisitou o prontuário e ninguém sai do hospital com o prontuário, sem fazer a requisição”, informa a superintendente, observando que aquele é um procedimento rotineiro de qualquer unidade de saúde em qualquer lugar do mundo.

Por Cássia Santana

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