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A Telemedicina – cuja regulamentação foi publicada recentemente pelo Conselho Federal de Medicina – promete facilitar a oferta de atendimento médico especializado em cidades distantes ou carentes deste tipo de profissional.
Os médicos brasileiros já estão autorizados a realizar consultas online, telecirurgias e telediagnóstico, entre outras formas de atendimento à distância. Na prática, esse tipo de atendimento já existe, porém deverá seguir normais mais rígidas, a partir de maio, quando a resolução entrará em vigor.
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“A telemedicina é a própria medicina sendo executada pelo médico mediante tecnologia, tanto para fins de atendimentos a paciente, como para ensino e pesquisa. Com essa modalidade, podemos contribuir para a saúde da população, prevenindo doenças e melhorando as condições de vida, especialmente nos lugares mais afastados ou onde não há assistência médica adequada”, explica o conselheiro do Conselho Federal de Medicina, Henrique Sobral.
O médico explica que o critério básico da teleconsulta é o atendimento inicial presencial. A partir de então, após acordo entre médico e pacientes, as consultas posteriores, para acompanhamento, podem ser feitas à distância. “Se você vai ao médico, descobre um problema e faz o tratamento. Após acordo com ele, poderá ocorrer um tratamento por meio de recursos eletrônicos. O médico poderá te acompanhar, ver seus exames e registrar tudo em um prontuário eletrônico que ninguém poderá ter acesso”, exemplifica.
Nos locais mais distantes, conforme o médico, o atendimento inicial poderá ser virtual, desde que haja o acompanhamento de um profissional de saúde. “Em situações de áreas geográficas mais distantes ou interior, onde não há médicos ou a possibilidade de o especialista atender, é possível desde que haja condições técnicas e um profissional de saúde – fazer consultas e exames a distância”.
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Em Sergipe, a telemedicina é realidade nos hospitais universitários de Aracaju e Lagarto, ambos vinculados à Universidade Federal de Sergipe. No HU, em Aracaju, os atendimentos foram iniciados por meio de um projeto piloto, em 2014, no qual pediatras atendiam – à distância – consultas oriundas das unidades básicas de saúde de Lagarto e Tobias Barreto. “
“Atualmente, a gente tem um novo projeto que é com adultos internados no Hospital de Lagarto e que necessitam de avaliação de um especialista. Então, o médico generalista junto com o residente em clínica médica solicita a avaliação de um especialista aqui do HU de Aracaju e essa consulta é feita usando as tecnologias. Os três médicos interagem no mesmo momento. O generalista começa informando os problemas do paciente, finalizando com o esclarecimento de dúvida que o especialista poderia auxiliar em todo manejo, diagnóstico e terapêutico”, explica a médica Silvia Magalhães, chefe da unidade de Telesaúde do HU em Aracaju.
A médica destaca que a teleinterconsulta afasta a necessidade de transferência do paciente do interior para capital em virtude da falta de especialista; e ainda possibilita interação entre médicos e paciente. “O principal benefício seria o fato de o paciente não precisar ser transferido para Aracaju para que tenha uma consulta presencial com especialista. Com a teleconsulta, o problema é resolvido de maneira mais rápida. Outro benefício é que o especialista poderá ter uma impressão do paciente vendo ele pela tela. Não fica só na discussão do caso. O médico pode solicitar manobras e o paciente pode tirar dúvida, dizer o que sente”.
Telemedicina
O CFM estabelece a medicina como exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real ou off-line. Entre as modalidades estão, a teleconsulta, telediagnóstico, teleinterconsulta, telecirurgia, teletriagem, teleorientação, teleconsultoria e telemonitoramento.
Médicos de todo o país podem enviar contribuições para atualização da resolução que trata da Telemedicina por meio do site do CFM. As propostas podem ser enviadas até o dia 7 de abril.
por Verlane Estácio
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