Termo promete resolver problemas no serviço de oncologia

Segunda audiência sobre serviço de oncologia em Sergipe foi realizada hoje, 5 (Fotos: Portal Infonet) Presidente do TCE, Clóvis Barbosa, disse estar esperançoso em resolver o problema da oncologia em SE Adriana Torres, do Movimento Mulheres de Peito Andreia Rezende espera na fila para iniciar radioterapia

Até a próxima terça-feira, 11, o Tribunal de Contas de Sergipe (TCE) formaliza o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) que visa ajustes para melhoria do serviço de oncologia em Sergipe e entregar o documento para os gestores da Saúde no Município e Estado para o cumprimento das medidas que deverão ser adotadas.

Segundo o presidente do TCE, conselheiro Clóvis Barbosa, fechando-se o TAG e havendo o devido cumprimento dele está resolvido o problema da oncologia em Sergipe. "Porque é fazer com que esses órgãos cumpram com o estebelecido no documento", disse ele, ao ressaltar que uma das cláusulas do TAG proíbe a interrupção de serviços como o de radioterapia.

"O Estado e Município tem que ter outras alternativas de imediato na hora que um aparelho de radioterapia quebrar porque nós sabemos a gravidade que é a interrupção de um tratamento na área da oncologia", afirmou Clóvis Barbosa. O TAG foi firmado nesta quarta-feira, 5, na segunda audiência pública sobre a oncologia em Sergipe promovida pelo TCE.

Problemas como o tempo de espera dos pacientes com câncer para a realização de cirurgias e até mesmo para os tratamentos de radioterapia e quimioterapia, assim como a necessidade de os pacientes terem que viajar para outros Estados para fazer o tratamento motivaram as audiências públicas no TCE.

"Esse problema tem que ser resolvido porque não dar mais para aguentar a irresponsabilidade no tratamento do câncer por parte dos nossos cidadãos pelo sistema SUS. O governo Federal tem repassado os recursos religiosamente e não vamos admitir em hipótese alguma o desvio de recursos para outras atividades", informou.

Clóvis Barbosa falou ainda sobre a auditoria pública que está sendo realizada no Hospital de Cirurgia, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU), que está sendo monitorada pelo TCE e pelo Ministério Público Federal (MPF). "Vamos averiguar tudo aquilo que ocorrer dentro do Hospital de Cirurgia, principalmente no tratamento da oncologia", afirmou.

Pacientes

Adriana Torres, do Movimento Mulheres de Peito, informou que somente um dos três cirurgiões que atuam no serviço de oncologia do Hospital Universitário de Sergipe (HU) tem 80 pacientes com câncer de mama aguardando na fila para a realização de uma cirurgia.

Segundo ela, Tanto é preciso ações de prevenção da doença, quanto compromisso das gestões púnlicas na compra de medicamentos de quimioterapia porque muitas vezes eles chegam a faltar.

"Nossa reivindicação é uma maior atenção na rede oncológia em todos os aspectos. A única melhora que teve de 2015 até agora foi o tratamento fora de domicílio, mas, mesmo assim, não há transparência no tamanho dessa fila. O paciente não sabe onde e quando vai ser atendido, nem quando vai ser realizada a cirurgia", observou.

É o caso de Andreia dos Passos Rezende, de 36 anos, que esperou dois anos para a realização de uma cirurgia para a retirada de um tumor na mama esquerda. "Fui operada no HU e agora aguardo uma vaga para a radioterapia. Já era para eu ter iniciado esse tratamento, mas a demanda é grande e não há vaga", disse.

Andreia Rezende informou, ainda, que não quer ter que ir para outro Estado para fazer o tratamento de radioterapia. "Tenho quatro filhos pequenos. Peço que me ajudem a fazer minha radio aqui mesmo, onde moro", clamou.

Clóvis Barbosa lamentou essa situação: "é uma vergonha para nós enquanto gestores. Afinal de contas Sergipe deveria ser modelo para todo país, e não, nós estarmos recorrendo aos vizinhos, Alagoas e Bahia, para esse tipo de prestação de serviço. Eu tenho esperança que Sergipe possa tratar dos seus doentes", disse o presidente do TCE.

Por Moema Lopes