Há 185 pessoas na lista de espera para o procedimento (Foto: SES) |
O Setembro Verde, mês dedicado ao incentivo à doação de órgãos e tecidos, está chegando ao fim com um balanço positivo: no período, Sergipe registrou um aumento de 20% nas doações de córnea. O número ainda não é o ideal – segundo dados da Central de Transplantes do Estado, há 185 pessoas na lista de espera para o procedimento –, mas mostra que a sociedade entendeu a o recado dado durante as ações da campanha, demonstrando mais interesse sobre o assunto.
“Doar não é somente um ato de amor, mas de cidadania. Além disso, do mesmo jeito que qualquer pessoa pode ser doadora, qualquer um pode precisar de um órgão. Por isso a importância dessa conscientização”, ressalta o diretor da Central de Transplantes, Benito Fernandez. No caso das córneas, por exemplo, em média, um paciente aguarda nove meses para conseguir o procedimento.
“Um tempo muito grande quando se leva em conta que a todo o momento acontece um óbito em um hospital ou um corpo dá entrada no IML (Instituto Médico Legal). Pessoas que poderiam ser doadoras e, com um simples ato, mudar a vida de quem aguarda, ansiosamente, pelo órgão”, complementa. Para Benito, a sociedade precisa ser mais instrumentalizada para optar pela doação de órgãos e tecidos. “Não há outra forma, além de ser muito simples: manter os parentes avisados sobre a vontade de doar”, resumi.
Além do transplante de córnea, Sergipe, através do Hospital do Coração, também já está habilitado a realizar o cardíaco. A expectativa agora é que, ainda no primeiro trimestre de 2017, o mesmo aconteça com o Hospital Universitário (HU), se tornando referência para o transplante renal, que é a maior demanda.
Ações do mês
A programação do mês de setembro foi iniciada no dia 12, com uma missa, na Igreja do Santo Antônio, em homenagem aos doadores. O local também foi iluminado com a cor verde, em alusão a campanha, assim como outros prédios públicos e privados de Sergipe (a Secretaria de Estado da Saúde, a Assembleia Legislativa, a Reitoria da Universidade Tiradentes e o Conselho Regional de Enfermagem).
A campanha também foi levada à Câmara de Vereadores de Aracaju, com o intuito de solicitar o apoio dos parlamentares em alguns projetos de incentivo à doação. “No último sábado, dia 24, ocorreu no Huse (Hospital de Urgências de Sergipe) a I Jornada de Doação de Órgãos e Transplantes de Sergipe, com uma excelente participação dos profissionais de saúde. O objetivo foi sensibilizá-los quando a importância da participação deles no processo”, informa Benito Fernandez.
Foi discutido o diagnóstico de morte encefálica, o papel do enfermeiro, inclusive na sensibilização dos parentes, a manutenção do potencial doador (manter os órgãos viáveis para o transplante), a entrevista familiar, além dos transplantes de fígado, rins, coração e medula óssea. A campanha esteve, ainda, na Faculdade de Sergipe (Fase) e na Universidade Tiradentes, com exposição de estandes e realização de palestras educativas para os alunos.
“Nas duas oportunidades, conversamos sobre como é o processo de doação e a morte encefálica, pois são dois pontos que ainda causam muitas dúvidas. A grande maioria das pessoas ainda carrega a cultura de que a morte está ligada a parada do coração, mas não é somente assim. Precisamos passar a segurança do processo para conscientizar possíveis futuros doadores”, enfatiza. A campanha retornará a Unit na próxima sexta-feira, dia 30.
Parceiros
Benito Fernandez destaca o envolvimento de alguns parceiros durante o mês de ações. “A Associação dos Renais Crônicos, por exemplo, foram grandes apoiadores. Inclusive, realizando uma panfletagem ontem, 27, Dia Nacional de Doação de Órgãos. Eles mais do que ninguém sabem da importância de difundir essa informação e atrair novos doadores de órgãos”, ressalva o diretor, lembrando, também, da contribuição da imprensa, que abraçou e deu espaço para a causa.
Durante todo o ano, a Central de Transplantes realiza projetos educativos em escolas, igrejas, associações de bairros e outras entidades, basta entrar em contato pelo telefone 3259-3491. “Essa é uma corrente que não pode durar um mês. Precisa continuar, pois sempre vai haver quem precisa de um órgão e quem pode doar, salvando uma vida”, declara.
Fonte: SES
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