O Brasil é o país mais ansioso do mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira sobre de transtorno de ansiedade. Mas como identificá-lo em meio ao rimo frenético de uma sociedade que vive cada vez mais apressada? A psicóloga Lorena Amorim alerta que a ansiedade faz parte dos momentos da vida, mas o que carateriza o transtorno são os prejuízos causados à vida social e profissional.

Lorena resume a ansiedade com um sentimento que está inserido em nossas emoções, assim como a alegria, tristeza e o medo. No entanto, quando essa ansiedade passa a ‘fugir de controle’, levando a pessoa a ter vários quadros de insônia e preocupações, sem razão lógica, o transtorno de ansiedade pode ser identificado.“Por exemplo, vou começar um novo emprego amanhã. É normal a ansiedade e a apreensão. Mas ao vivenciar essa ansiedade de maneira intensa e deixar que ela prejudique a rotina como um todo, tem-se indícios fortes da doença”, resume.

A profissional explica que há fatores físicos e químicos que podem contribuir para o aparecimento do transtorno. “A Ansiedade está ligada a falta de neurotransmissores, como a serotonina, dopamina, norepinefrina, que estão diretamente ligados à questão da ansiedade”, diz. “Quando há essa desregulação química no orgânico acaba desencadeando alguns transtornos, entre eles, o da ansiedade”, completa.

Além da questão biológica, Lorena diz que alguns hábitos cotidianos podem potencializar os sintomas. “Vários dias sem conseguir dormir, má alimentação, e preocupação excessiva em relação a algo que pode acontecer são grandes fatores de risco”, comenta. Em relação ao porquê do Brasil lidar o ranking da OMC, a psicológica diz que não há uma causa universal para todos os casos, contudo, a conjuntura político-social do país pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos como o de ansiedade. “Não há como definir uma causa comum. Mas sem dúvidas fatores como preocupação com o desemprego, rotina estressante, hábitos alimentares não saudáveis e de falta de prática de atividade física podem ser um fator harmônico para esses casos”, avalia.

Tratamento

Lorena orienta que a partir dos primeiros indícios do transtorno de ansiedade é necessário que a pessoa procure ajude de um profissional, como psicólogo ou psiquiatra, para auxiliar na coordenação do tratamento ideal para cada caso. “A psicoterapia é um dos tratamentos adequados nestes casos. Mas como cada pessoa se comporta de um modo diferente, é importante uma consulta para que se desensolva o tratamento mais adequado para a pessoa”, explica.

Antes de dormir

A psicóloga também orienta que antes de dormir é importante se concentrar no sono. Lorena afirma que há muitos pacientes que insistem em ter uma alimentação pesada à noite, além de dedicar horas exaustivas para ficar mexendo no celular. “Para ter uma boa noite de sono, é necessário procurar dormir mais cedo e não manusear aparelhos eletrônicos, como celulares, antes de dormir. Há muitas pessoas que relatam não conseguir dormir mesmo tomando remédio. Quando vou investigar, percebo que fica muito tempo assistindo séries no celular”, resume.

por João Paulo Schneider