Varíola dos Macacos: conheça os sintomas e o tratamento para a doença

(Foto: Divulgação)

Febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, fraqueza, gânglios linfáticos inchados e erupção ou lesões na pele são os principais sintomas da Monkeypox, popularmente Varíola dos Macacos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença tem levantado diversos questionamentos popular desde que se alastrou pelo mundo.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira, 29, a primeira morte relacionada à doença. É um homem de 41 anos, com imunidade baixa e comorbidades, incluindo linfoma, um tipo de câncer, condições que levaram ao agravamento do quadro. Ele morreu em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Diante desse cenário, o Portal Infonet conversou com o infectologista e diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góis. O especialista detalhou mais informações a respeito da doença.

Transmissão

Segundo o infectologista, a transmissão da Monkeypox em seus países de origem se dava através do contato da pessoa com roedores infectados. No entanto, isso tem mudado.

“Agora a gente está em um novo momento em que essa transmissão é inter-humana, de pessoa para pessoa. Então a transmissão, hoje, se dá pelo contato íntimo, pelo contato próximo de pessoas infectadas com pessoas sãs. Há também a transmissão respiratória pelo contato, por isso se recomenda que no contato com pessoas doentes você também utilize a máscara para evitar a infecção. Mas a principal forma de infecção é o contato direto com a secreção, com as lesões, com o líquido que sai dessas lesões”, explica Marco Aurélio.

Além disso, Marco conta que, apesar de não haver nenhum registro no momento, há a possibilidade de que uma mãe infectada e com os sintomas da doença possa transmitir o vírus para o filho no momento do nascimento. 

“É possível que ultrapasse a barreira placentária. Mas, o que se tem registro é crianças pequenas infectadas, mas pela transmissão familiar ou, um fato muito possível também é, se a mulher tiver lesões genitais na época do parto, pode ser que a criança ao passar pelo canal do parto se infecte. Porém ainda não temos registro dessa transmissão vertical”, conta. 

Infectologista e diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góis (Foto: SES)

O médico enfatiza que ainda que a transmissão só ocorre a partir do momento que a pessoa infectada começa apresentar os sintomas. 

Período de incubação do vírus

O diretor conta ainda que é importante saber o período de incubação do vírus para que as pessoas possam ser observadas e orientadas e a voltar ao serviço de saúde para colher exames, após o aparecimento dos sintomas. 

“É uma doença que pode ter um período de incubação de até vinte e um dias. Então, após o contato com uma pessoa infectada a gente pode ter até vinte e um dias para essa transmissão. Mas a maioria das pessoas adoecem em média de seis a treze dias”, conta. 

Ainda segundo ele, a pessoa que possui o vírus ainda em período de incubação não transmite a doença para outras pessoas.

Cuidados

De acordo com Marco Aurélio, o principal cuidado para não se contaminar é evitando o contato. “Entre os cuidados que devem ser tomados para evitar contaminação, o principal é, se a pessoa estar com a suspeita, se tem sintomas, ou se teve contato com alguém que possa estar com a doença, é importante que essa pessoa não tenha contato íntimo”, afirma. Ainda de acordo com ele, é importante que as pessoas infectadas mantenham as lesões cobertas para que evite o contato com outras pessoas e assim infectem. 

Tratamentos

Conforme afirmou o diretor de Vigilância em Saúde da SES, a varíola não tem um tratamento específico.

“Apesar de alguns antivirais, que servem para outros vírus já conhecidos como vírus da catapora, já terem sido utilizados e estejam sendo estudados. Na prática, nenhum antiviral tem sido usado para esta doença”, disse.

Letalidade

A Monkeypox pode se apresentar de maneira grave, mas ainda não há nenhum registro de morte por ela. “Tem sido uma doença que, neste surto agora ocorrido no mundo, nessa emergência de saúde pública internacional, não tem sido uma doença letal. Ela é uma doença que pode ser grave. No entanto, ela é mais grave quando acontece justamente nos países endêmicos, nos países que existe a transmissão em contato com os animais, com os roedores. Então ela tem sido uma doença pouco letal”, diz Marco Aurélio. 

Fatores de agravamento

Existem alguns fatores secundários que podem complicar o quadro de saúde da pessoa infectada. 

“Então pessoas imunodeprimidas têm tido quadros mais graves, com maior número de lesões. As pessoas podem apresentar quadro muito doloroso, que incomode e precise de medicamento de suporte para melhorar a dor. E com isso, podem ter infecções em cima dessas lesões. E aí com outras bactérias infectando, isso pode levar até quadros de uma infecção mais generalizada, o que é mais comum em pessoa imunodeprimidas ou que tem outras doenças, como pessoas portadoras do HIV, o que está entre as pessoas que podem ter mais complicações e maior número dependendo da sua imunidade”, explica.

A varíola em Sergipe 

Em Sergipe dois casos suspeitos já foram descartados. “Foram coletadas amostras e elas foram enviadas para o laboratório de referência, mas ambos foram descartados. Eram quadros de catapora comum, que é a varicela, uma doença também existente já no país que é causada por outro vírus, o varicelas zóster”, conta.

Por Luana Maria e João Paulo Schneider 

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