Há quase um ano de pandemia, muita coisa mudou entre o que era conhecido sobre a doença em março de 2020, e o que se sabe agora. Segundo a infectologista e professora do Hospital Universitário da UFS, Luiza Dória, conforme o avanço da ciência muitos “mitos” sobre a doença foram ficando para trás.
“De lá pra cá vimos que muitas coisas mudaram e isso significou menos histeria coletiva para lidar com a doença e suas diferentes formas de contágio”, diz a médica. Ainda segundo ela, muitas ações feitas ainda hoje para evitar o contato com o vírus se demonstraram ao longo dos estudos pouco ou quase nada eficaz, enquanto outras ainda se mantêm como indispensável para se proteger da doença.
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Limpar sacolas de compras
De acordo com a infectologista, essa ação possui pouca eficácia porque a transmissão do vírus em sua grande maioria se dá através do contato com o ar, por meio das vias aéreas. “Lá no início da pandemia um estudo mostrou que o vírus conseguia ficar cerca de três dias em superfícies, como em alimento ou móveis. Mas a transmissão da doença por esses locais é muito baixa. O importante é higienizar as mãos após o contato com qualquer superfície”, explica Luiza.
Trocar as roupas assim que chega em casa
Outra ação comum que se tornou um hábito de muitos foi ‘desinfectar’ as roupas assim que chega em casa. No entendimento de Luiza essa medida não é tão eficaz quanto muitos pensam. “Caso o vírus esteja na vestimenta, ele só oferecerá risco se a pessoa estiver com as mãos contaminadas e passar na região dos olhos, na boca, enfim, no rosto como um todo. Por isso o uso da máscara é fundamental. É preciso proteger as vias áreas de qualquer contato com o vírus”, destaca.
Barreiras
Com a eclosão da doença, muitos ambientes comerciais passaram a investir em barreiras de acrílico para manter um certo distanciamento entre as pessoas. Para a médica, essa é uma atitude muito eficaz. “Nesse caso vale o mesmo princípio para a máscara. Evitar o contato com as partículas do vírus que saem da fala, por exemplo. Essas barreiras impedem o contato e diminuem o fluxo das partículas, que acabam não entrando em contato com a outra pessoa”, salienta.
Regra de ouro
Há quase um ano de pandemia no Brasil, a médica salienta que o método mais eficaz para evitar o contágio da doença permanece como sendo o uso da máscara, higienização das mãos e isolamento social. “Essa é a regra de ouro para evitar o contato com a doença. As pessoas precisam ter consciência da importância de se proteger as vias aéreas com o uso da máscara”, diz a médica. “Não adianta usar o material abaixo do nariz ou abaixo do queixo. A máscara precisa cobrir a boca e o nariz”, orienta Luiza.
Ainda segundo a profissional, em momentos como este é importante pensar na coletividade. “Temos que colocar nossa individualidade em segundo plano. Precisamos agir com senso coletivo, usando a máscara, higienizando as mãos, e respeitando o distanciamento social. Assim, além de nos protegermos, também iremos ajudar o outro a não se contaminar e, quem sabe, salvar uma vida”, destaca.
por João Paulo Schneider
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