Vigilância vê problemas em vendas de carnes e pescados

Carnes são mal acondicionadas em mercados e feiras livres de todo Estado (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

A Vigilância Sanitária Estudual reconheceu nesta terça-feira, 28, que a comercialização de carnes, peixes e mariscos nos mercados e feiras livres Sergipe é feita de forma inadequada. "Da forma como as carnes, peixes e mariscos estão expostos nos mercados e feiras livres de Sergipe, em bancas sem refrigeração, a comercialização desses produtos nesses locais já deveria ter sido proibida. Não temos conhecimento de nenhum mercado no Estado que a carne seja condicionada sob refrigeração. Até o transporte das carnes é feito sob refrigeração, mas a exposição delas nas bancas compromete a qualidade do produto", disse o diretor da Vigilância Sanitária Estadual, Antônio de Pádua Pombo.

Pádua ressalta que o que tem de positivo no Marcado Albano Franco, em Aracaju, por exemplo, é que toda a carne comercializada no local é proveniente do único frigorífico existente em Sergipe, que mantém os padrões previstos pelo Ministério da Agricultura. “A gente está numa situação ainda bastante delicada, que é a ausência de frigoríficos que funcionem dentro dos padrões. Temos matadouros, que também podem fazer o abate de animais, que obedecem o que a lei determina e funcionam com um padrão que garante a qualidade da carne, mas só atendem a demanda do município onde estão localizados”, explica Antônio de Pádua.

Diretor da Vigilância Sanitária de Sergipe, Antônio de Pádua, diz que problema tem solução

De acordo com ele, em maio entrará em funcionamento outro frigorífico privado no Estado de Sergipe. Ele está localizado em Itabaiana e vai atender em torno de 35 municípios. “Será um grande avanço, ficando descobertos somente os municípios do centro-sul do Estado, como Estância, Lagarto, entre outros”, afirma.

Esforços

Antônio de Pádua classifica o cenário em Sergipe como desagradável, vulnerável e de potencial para a produção de doenças, desconfortos e agravos à população. Ele diz que é preciso que haja esforço dos municípios e do governo do Estado para reformar e adequar primeiro os matadouros e depois as feiras livres para que as carnes sejam fracionadas e tratadas de forma correta.

“É um conjunto de ação que precisa ser feito de forma concomitante para que a Vigilância sanitária tenha condições de fiscalizar. Tem muitos lugares no Brasil que a situação das feiras livres e mercados foram resolvidos. Porque isso não acontece aqui?”, questiona.

Pádua explica que é necessário que nas feiras livres e mercados, bancas com refrigeração e os comerciantes vestidos de forma adequada, com jaleco e equipamentos de proteção. O cepo de madeira também não deve ser utilizado.

“É necessário decisão política dos municípios de priorizarem a proteção da saúde das pessoas, padronizando o serviço. Se o município tem um matadouro funcionando e comercializando de forma adequada, com processadores de carne capacitados, o problema deixa de existir”, diz, Antônio de Pádua, ao acrescentar que a Vigilância Sanitária do Estado está à disposição dos municípios para fazer a capacitação dos marchantes e cortadores de carnes.

O diretor da Vigilância Sanitária Estadual informa que na maioria das bancas de feiras livres e mercados as carnes têm boa aparência, chegam refrigeradas, são transportadas em caminhões frigoríficos, ficam armazenadas em câmaras frias, mas o problema está depois que são retiradas pelos feirantes para a comercialização.“Nas bancas elas são expostas em temperatura ambiente, contrariando as normas do Ministério da Agricultura”, explica.

Na  horta da compra

Antônio de Pádua Pombo orienta aos consumidores que na hora de comprar carnes, evitem escolher as de cor escura, de consistência que não seja boa, e que apresentem mau cheiro. “Tem que dar prioridade às carnes mais vermelhas, mas não muito vermelhas, e de aspectos mais saudáveis. É preciso que as pessoas observem as características sensoriais do produto, como cheiro, odor e consistência. E nos supermercados procurem observar informações nos rótulos, como a procedência da carne, data de embalagem, de validade, além das características sensoriais”, explica.

Já em casa, a carne também deve ser bem tratada e acondicionada. O diretor da Vigilância Sanitária explica como: “Na casa das pessoas a carne deve ser fracionada em porções, congelada em porções e só deve ser retirada do congelador um dia antes do preparo. E, quando retirada do congelador, a carne deve ser passada para a geladeira onde vai descongelar aos poucos. Isso mantém a integridade da carne”, diz.

Pádia alerta que não se deve tirar a carne congelada no dia que vai preparar e colocar na janela de casa, ou em recipiente com água para que haja o descongelamento. “Porque aí todo processo de adequação e conservação da carne é jogado fora. E abre a possibilidade de contaminação”, acrescenta.

Por Moema Lopes

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais