Cerca de 300 vigilantes da empresa Sacel, que faz a segurança das principais unidades de saúde do estado, paralisaram suas atividades e estão em mobilização na manhã desta sexta-feira, 8, em frente ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Os trabalhadores pedem que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) normalize o repasse financeiro à empresa de segurança, que está atrasado há quatro meses.
De acordo com o diretor de Comunicação do Sindicato dos Vigilantes do Estado de Sergipe (Sindivigilantes), Hélio Rocha, a situação da empresa tem se agravado ao longo dos últimos meses e os vigilantes já foram informados que os salários, cujo atraso já ocorre há uma semana, continuarão em débito até que a SES retome o pagamento.
Hélio Rocha aponta, no mínimo, seis unidades de saúde cujas atividades de segurança estão paralisadas desde a última quinta-feira, 7: Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e hospitais de Nossa Senhora da Glória, Socorro e Estância, além dos hospitais de Urgências de Sergipe (Huse) e Nestor Piva.
“Não há previsão de acabar enquanto o trabalhador não receber. O proprietário alegou ao sindicato que há quatro meses vem cumprindo a folha de pagamento, mas que agora não conseguirá pagar até receber e a secretaria de saúde diz que não há previsão de pagamento, ou seja: os trabalhadores não têm previsão de recebimento do salário”, aponta o sindicalista.
SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) se posicionou alegando que tentou formalizar um acordo com a empresa para quitar as dívidas, as quais foram classificadas como oriundas de gestões anteriores, mas obteve uma resposta negativa. “O montante de R$ 1 milhão de reais pendente será pago em duas parcelas de R$ 500 mil reais cada, a serem liquidadas em 22 de novembro e 22 de dezembro de 2019. Para que a segurança dos hospitais não fosse prejudicada, foram solicitados 30 policiais do Batalhão Especial de Segurança Patrimonial [BESP], 25 já se apresentaram e estão garantindo a segurança das unidades e da população”, explica a secretaria.
Sacel
O proprietário da empresa Sacel, Antônio Vasco, se posicionou afirmando que não foi convidado para nenhuma reunião com a secretaria com o intuito de negociar os dividendos, os quais chegam a uma estimativa de R$ 19 milhões. “Não houve nenhuma negociação. O que houve foi que, há mais de seis meses, o Ministério Público [MP] vem pedindo uma proposta e eles mandaram [ao MP] uma oferta de pagamento somente de R$ 500 mil dia 22 de novembro e mais R$ 500 mil no dia 22 de dezembro”, explica o empresário, o qual salientou ainda que a proposta nunca chegou até si diretamente.
por Daniel Rezende
Editado às 13:42 para acréscimo de resposta da empresa Sacel.
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