Dermatologista alerta para cuidados com o sol no verão

Verão exige cuidados redobrados com a pele e exposição ao sol (Foto: Arquivo Infonet)

No verão, com o sol mais forte e aumento do calor, é natural que as pessoas frequentem mais praias e piscinas, procurando se refrescar. Isso faz com que a exposição ao sol aumente, e trazendo consequências para a saúde da pele, como queimaduras, manchas e outros problemas mais graves, a exemplo o câncer. Para esclarecer os principais cuidados na hora de aproveitar o sol, a dermatologista Paula Leão conversou com a equipe do Portal Infonet, explicou quais são as principais doenças da época, falou sobre protetor solar e deu algumas recomendações. Confira a entrevista:

Principais problemas

"Em primeiro lugar, nesta época são muito comuns as queimaduras solares, decorrentes de exposições ao sol sem a proteção adequada. Isso pode acarretar em insolação, um quadro sistêmico, que acomete todo o corpo com desidratação e outros sintomas mais graves. É uma das principais queixas.  Pode haver também o agravamento de doenças que já existem, como o lúpus, rosácea, acne e melasma.

Certas dermatoses infecciosas surgem em praias, como larva migrans, adquirida pelo contato com microrganismos que ficam na areia, as conhecidas micoses, pelo contato com o ambiente e também interpessoal.  Alguns destes fungos se desenvolvem mais em ambientes úmidos, quando a pele tem áreas mais com esta característica. Por causa do contato com água, o próprio suor faz com que as dermatoses sejam mais recorrentes.

O pano branco, pitiríase versicolor, acontece por conta da mudança da característica da pele, que nesta época fica com mais oleosidade, transpiração. As pessoas acham que ele é adquirido em contato em praias e piscinas, mas o habitat dele é a nossa pele".

Câncer de pele

"O câncer de pele é um dos mais frequentes, e 90% dos casos tem relação com o acúmulo de exposição ao sol ao longo da vida. É importante a gente privilegiar a proteção solar com loção e outras medidas mecânicas de fotoproteção, como uso de chapéus, viseiras, sombreiros. O efeito acumulativo causa alterações, principalmente em quem tem pré-disposição genética.

Os primeiros sinais podem ser detectados através de manchas que crescem e mudam de cor muito rápido, pequenas feridas que não cicatrizam, que são peroladas, lesões que surgem em curto espaço de tempo… Em pessoas que já têm histórico familiar, com parentes em primeiro grau que já tiveram a doença, a recomendação é atenção redobrada".

Dermatologista Paula Leão deu destacou que uso de protetor solar é essencial (Foto: Portal Infonet)

Regra ABCDE

"Existe uma ‘regrinha’ de caráter informativo, que pode alertar sobre o câncer de pele. Pessoas com fototipo mais baixo, com pele mais clara, ou que tiveram lesões graves, precisam verificar as seguintes características:

A: assimetria. Ver se tem uma mancha muito irregular, com um lado muito diferente do outro
B: bordas.  Verificar se seguem ou não um padrão
C: cores. Algumas manchas possuem duas ou mais cores
D: diâmetro. Se a marca for maior que seis milímetros, precisa ser avaliada por um dermatologista
E: evolução. Constatar se mudou de característica em curto espaço de tempo".

Insolação

"Para prevenir, somente as medidas de fotoproteção e de reaplicação, não só em praia e piscinas, mas no cotidiano. É preciso aumentar a ingestão de água e líquidos, procurar ambientes em sombra, principalmente com crianças e idosos. As principais medidas são essas. Se houve uma falha na proteção, e evoluir com queimaduras, vermelhidão na pele, queimor, e sintomas mais graves como sonolência, vômitos e desidratação, é o caso de procurar atendimento médico imediato, para que sejam tratados".

Camisas UV

"Elas realmente funcionam. Enquanto o tecido estiver integro, promete uma proteção eficaz. Mas, mesmo assim, é importante também usar o filtro solar e reaplicá-lo, inclusive nas partes em que cobre. As medidas de fotoproteção que elas indicam não podem ser comparados aos de protetor solar. O uso é valido, não só das camisas, mas também de viseiras. Isso, no entanto, não dispensa o uso de protetor solar e evitar a exposição prolongada".

Protetor solar

"Temos muitos filtros no mercado. Primeiro, deve-se consultar um dermatologista para saber o que é adequado para o tipo de pele. Existem vários veículos, em gel, creme, spray… Além disso, deve-se estar atento ao fator de proteção solar. Existe diferença entre os níveis, e o protetor precisa ser reaplicado. As pessoas dizem que a partir do fator 30 é tudo igual, mas não é verdade. Quem já tem histórico de câncer de pele ou quem se expõe muito ao sol precisa de um fator de proteção maior.

O FPS que vem descrito na embalagem fornece proteção para o tipo de radiação UVB. Outro, que não vem descrito, é o PPD, que mede a proteção contra o tipo de radiação UVA. O PPD precisa ser, no mínimo, um terço do FPS, para que seja um bom protetor. É bom estar atento aos dois. As informações ficam no rótulo do refil".

Recomendações

"Ter sempre um protetor solar e aplicá-lo pelo menos 20 minutos antes da exposição ao sol e reaplicá-lo a cada duas horas, se estiver diretamente exposto ao sol ou imediatamente após imersão em água. É bom prestar atenção a crianças, que às vezes ficam mais tempo desprotegidas e usar roupas protetivas".

Por Victor Siqueira

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