Infestação do Aedes tem menor índice dos últimos 11 anos

Infestação do Aedes Aegypti tem menor índice dos últimos 11 anos (Foto: Agência Brasil)

As altas temperaturas características do verão influenciam no aumento substancial da proliferação do mosquito Aedes Aegypti, que transmite doenças como dengue, chikungunya e zika vírus. O clima favorece ainda mais o desenvolvimento do ovo do inseto, que consegue evoluir para a fase adulta em até uma semana.

O Levantamento de Índice Rápido (Lira) aponta que o atual índice de infestação na capital sergipana é de 0,8, o menor dos últimos 11 anos. Em 2018, foram notificados 17 casos de dengue, um de chikungunya e nenhum de zika vírus. Em comparação ao ano passado, a redução fica ainda mais acentuada: 88 casos notificados de dengue, 51 de chikungunya e 10 de zika.

Dois fatores influenciam diretamente para o nascimento em massa do apelidado ‘mosquito da dengue’ em Aracaju: a grande quantidade de reservatórios nas residências, que mantém a água parada. Além disso, lixões, terrenos baldios e acúmulo de entulhos são contribuem muito para a reprodução. É o que explica Taíse Cavalcante, diretora de vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Tem época do ano que os depósitos de água chegam a ser responsáveis por 80% dos casos dessas doenças. As pessoas usam muito lavanderias sem tampas ou coberturas, dando condição para focos de dengue. No caso de lixões e semelhantes, a incidência é maior quando chega o período de chuvas constantes”.

O ovo do Aedes Aegypti pode passar até 450 dias sem água. Portanto, é necessária atenção constante para a limpeza dos depósitos de água. “Quando perceber que há as larvas, não basta só trocar a água, mas também passar uma bucha no local e nas paredes também. Com uma semana, no verão, ele já consegue virar adulto, ao contrário de outras épocas. Em um clima ameno, leva de 15 a 20 dias; em tempo frio, pode levar até 30 dias”, detalha Cavalcante.

Prevenção

Para prevenir a proliferação do mosquito e evitar a contração das doenças,  são necessárias algumas providências básicas. “É preciso prestar atenção no espaço de moradia, tanto dentro quanto fora, nos pequenos locais que acumulam água por muito tempo, como bebedouros, atrás da geladeira. Espaços quentes, escuros e quietos são ideais para eles”.

Sintomas

Apesar de serem parecidas e transmitidas pelo mesmo mosquito, dengue, chikungunya e zika vírus possuem algumas diferenças. “Nos primeiros dias da dengue, tem características que nem torna possível identificar a doença, como febre, dor de cabeça e no corpo. Ela dá a dor no corpo que era conhecida antigamente como “febre de quebra-ossos” e a retroorbital, que afeta o músculo dos olhos, os deixam sensíveis à luminosidade, além da vermelhidão no corpo”, conta Taíse.

Segundo a coordenadora de vigilância em saúde da SMS, o paciente com chikungunya apresenta  sintomas como “dor bilaterais nas articulações, geralmente nos braços, pernas, joelhos, podendo imobilizar a pessoa”.

Já o zika vírus possui um tempo mais curto de apresentação de sinais e, de três a quatro dias, eles já podem desaparecer. “Tem mais gravidade para gestantes, por conta de trazer risco de microcefalia à criança, mas é a mais simples. A pessoa pode ficar toda vermelha, com coceira, vermelhidão nos olhos semelhante à conjuntivite”.

Proteção

Para se proteger do mosquito, a profissional dá dicas: utilizar repelentes para proteger idosos, grávidas e criança para, pelo menos na presença do mosquito, pelo menos não ser picado. “É importante cuidar junto com o vizinho e a comunidade, porque se eu faço e ele não, o mosquito pode buscar sangue em qualquer lugar”.

Ações

De acordo com Taíse Cavalcante, a SMS realiza diversas ações para coibir a reprodução, o nascimento e a proliferação de doenças na capital. Desde novembro do ano passado que a secretaria realiza atividades com a intenção de reduzir os índices. “Aplicamos fumacê costal em diversas zonas da cidade, a cada 15 dias monitoramos pontos estratégicos, que são onde há os maiores focos de dengue, como ferros velhos, cemitérios e borracharias, coletamos pneus velhos diariamente. Em dois sábados do mês realizamos mutirões de intensificação para orientar a população. Fazemos visitas domiciliares dos agentes de endemias, envios de equipes de bloqueio quando se tem notícia de alguém com a doença, além de mutirões do cata-treco da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), que ajuda muito”, finalizou.

No próximo sábado, 24, um mutirão de intensificação auxiliará os moradores do bairro São José, das 7h às 13h, no combate ao mosquito transmissor das doenças.

Por Victor Siqueira

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