Mais de 200 famílias são reconhecidas pelo Incra

Elas agora fazem parte do público potencial da reforma agrária (Foto: Incra)

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) publicou na edição do Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira,13, portaria que reconhece mais 200 famílias quilombolas de Sergipe como público potencial da reforma agrária.

Com a publicação, a autarquia, que em novembro já havia contemplado 185 famílias da comunidade de Mocambo, agora, beneficiará aos remanescentes do quilombo de Serra da Guia, no município de Poço Redondo (distante cerca de 185 km de Aracaju), no Alto Sertão Sergipano.

Todas as famílias listadas pelo Incra passarão por um processo de seleção promovido pela própria autarquia, para verificar, entre outros elementos, a renda familiar e a existência ou não de servidores públicos. O objetivo é selecionar apenas as famílias que possuam o perfil do público da reforma agrária.

Após o crivo, os quilombolas selecionados terão seus nomes inseridos no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra), passando a acessar todos os benefícios previstos pelo Plano Nacional de Reforma Agrária. “Com essa portaria, o Incra atende a uma reivindicação antiga, não apenas da comunidade, mas da própria Conaq (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas). E esse investimento, em um território inserido na bacia leiteira do estado, certamente trará novo impulso para a renda e a produção das famílias quilombolas”, analisou Sany Mota, chefe da Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra/SE.

Dentre os diversos benefícios que estarão disponíveis às famílias quilombolas selecionadas pelo Incra, estão o acesso a créditos e programas de fomento produtivo desenvolvidos pelo Instituto.

Serra da Guia

Inserida em uma região sob forte influência da reforma agrária, Serra da Guia foi a terceira comunidade sergipana a ter uma área definida como de interesse social para a criação de um território quilombola.

Com um perímetro de 9039 hectares identificado pelo Incra, o território encontra-se em processo de consolidação, tendo 1142 hectares já obtidos pelo Incra e entregues à comunidade.

No local, além de culturas de subsistência comuns à região, desenvolve-se uma experiência produtiva de convivência com a seca inédita em áreas quilombolas de Sergipe.

Sob orientação e assistência de profissionais da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), os agricultores do quilombo produzem palma e milho, que asseguram todo o necessário para o sustento de um rebanho bovino de 820 cabeças, durante os longos períodos de estiagem que atingem o semi-árido sergipano. “O trabalho feito este ano já garante o alimento para os animais na próxima estiagem. A produção de leite está garantida”, assegura o engenheiro agrônomo Francisco Luciano Macedo Firmino, da unidade de Poço Redondo da Emdagro.

O trabalho, que poderá ser expandido com o acesso das famílias quilombolas aos créditos oferecidos pelo Incra, deverá assegurar um incremento na produção leiteira do quilombo, que, atualmente, chega a quatro mil litros/dia.

fonte: Incra

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais