Alunos da Universidade Federal de Sergipe (UFS), do Instituto Federal de Sergipe (IFS), residentes do Hospital Universitário (HU) e demais trabalhadores e centrais sindicais se reuniram na tarde desta quarta-feira, 15, em um protesto pelo centro da capital. Sob gritos de ‘ele não’ [em referência ao Presidente da República, Jair Bolsonaro], os manifestantes protestaram contra ao corte orçamentário de 30% anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) e também pediram que o Ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se redimisse por ter questionado o desempenho acadêmico-científico da UFS.
Para o estudante de Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Hélio Felipe, o Brasil está vivendo um “caos” do ponto de vista moral e cívico. “A única maneira de nós lutarmos contra isso é virmos para a rua e mostrar que temos poder”, relata. O jovem acredita que a união é essencial para que a mensagem de insatisfação possa chegar com mais clareza ao planalto. “O ministro tem um maneira absurda de falar o que quer sem ouvir ninguém”, lamenta Hélio, em referência ao ministro Lorenzoni.
Assim como Hélio, a estudante de psicologia da UFS, Laura Nóbrega, acredita que a movimentação do povo indo para as ruas pode render bons frutos. Laura diz que os efeitos colaterais do corte de verbas já são sentidos pela instituição. “Eu pensava em fazer um mestrado assim que terminasse a graduação, mas agora não sei o que será do futuro”, comenta. Ainda segunda a jovem, as bolsas de iniciação científica também já estão com os dias contados. “Daqui para frente, nós só teremos incerteza”, diz.
Laura diz que o mais triste foi presenciar amigos que tinham algum auxílio da assistência estudantil ter que desistir da graduação por perder um grande fomento para a manutenção dos estudos. “Eu tive amigos que perderam tudo. Desde bolsa moradia até auxílios que ajudam na alimentação”, conta. Ainda segunda Laura, o discurso do Governo Federal é totalmente carente de informações em relação a produtividade das universidades federais. “O governo gosta de usar um discurso moralizante que não condiz com a realidade da UFS”, afirma. “Devido a esses cortes, não saberemos o que será da universidade no futuro”, lamenta.
por João Paulo Schneider e Verlane Estácio
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