A procissão do Fogaréu ocorre após a missa do Lava-Pés |
Na próxima quinta-feira, 29, a cidade de São Cristóvão se tornará uma referência religiosa para todo o estado. A Procissão do Fogaréu reunirá centenas de pessoas para assistirem, na praça São Francisco e pelas ruas do Centro Histórico, a encenação das últimas horas da vida de Jesus Cristo.
A Missa do Lava-Pés está marcada para às 19h, na igreja N. S. da Vitória (Matriz), e na sequência, o pároco do município, frei Sergio Ancelmo sairá em procissão com os fiéis até à Igreja do Rosário. Só por volta das 20h, começará todo o ritual que compõe o Fogaréu. Uma curiosidade é que a iluminação da sede, durante a programação, será inteiramente apagada, sendo a claridade feita através de tochas, dando ao local uma sensação de antiguidade (da época em que não existia eletricidade).
Desde janeiro, o G12 (grupo formado por homens, que encenam momentos que antecedem a crucificação de Jesus) vem se preparando para o espetáculo. “O Fogaréu é a procissão onde saímos pelas ruas procurando Jesus, e este ano teremos mais de 250 homens participando deste momento, que acontece após a missa. Durante a apresentação também mostramos momentos da vida de Jesus, como a entrada dele em Jerusalém, a Última Ceia, os Apóstolos, a traição de Judas e a perseguição a Cristo com a condenação. A Procissão do Fogaréu passará pela rua do Rosário, praça Walter Correia, ruas 31 de Março e Flores, praça do Carmo, rua Tobias Barreto e encerrará o cortejo na praça São Francisco, onde acontece a encenação teatral”, informou Manoel Muniz de Assis, um dos organizadores do evento.
Tradição
Segundo o histórico do evento, a Procissão do Fogaréu foi trazida pelos portugueses e desde o século XVIII faz parte do calendário cultural do município. Vale frisar que no ano de 1963 aconteceu uma interrupção do evento, por ordens de Frei Fernandes, que justificou, na época, a não compreensão da simbologia por parte dos homens que participavam do séquito. A retomada da tradição do Fogaréu aconteceu em 1978, e, desde então, a mobilização popular não deixa o evento cair no esquecimento.
“Podemos embelezar o espetáculo dentro do espírito religioso, mas nunca mudar a história. Tudo o que foi apresentado aconteceu com Jesus na Quinta-Feira Santa. Nossa apresentação já é uma tradição em São Cristóvão, então temos o papel de manter esse histórico não apenas pela importância dos fatos, mas para mantermos vivo o espírito religioso de cada cidadão”, contou Daniel Lima Costa, membro da comissão organizadora do G12.
O presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe-Água, Gaspeu Fontes, informou que todo o apoio logístico por parte da Prefeitura de São Cristóvão será mantido, repetindo o formato do ano passado. “Teremos palcos e som, além da iluminação e apoio logístico no trajeto. Trata-se de um evento seguro, nunca houve registro de violência durante a Procissão do Fogaréu de São Cristóvão. As pessoas cumprem seus rituais de fé e a cidade abre suas portas para os visitantes”, frisou.
Fonte: ascom São Cristóvão