Quadrilha junina faz pedágio para manter tradição ativa

Os integrantes do grupo junino começaram a fazer pedágios por vários semáforos da cidade (Fotos: Portal Infonet)

Entre os muitos motoristas que passam pelo semáforo, alguns resolvem apoiar

Etelvan afirma que há dificuldade em manter a quadrilha ativa

As apresentações das quadrilhas juninas são o ponto alto do São João. Quando chega o mês de junho, os grupos recebem dezenas de convites para alegrar diversos locais, além das apresentações nos principais concursos do Estado. Apesar disto, poucos sabem as dificuldades que elas enfrentam para manter essa tradição ativa.

Em Aracaju, a Xodó da Vila, quadrilha fundada há 26 anos e que mantém sua sede no Conjunto Jardim Esperança, no bairro Inácio Barbosa, é uma das muitas quadrilhas sergipanas que lidam com a dificuldade financeira atualmente.

Para driblar esse obstáculo e arrecadar fundos para custear os trajes, os integrantes do grupo junino começaram a fazer pedágios por vários semáforos da cidade. No final da tarde da última segunda-feira, 12, por exemplo, eles buscaram o apoio dos motoristas que passavam pelo semáforo que liga a Avenida Jornalista Santos Santana, e a Beira Mar. Os responsáveis por mobilizar o grupo nessa empreitada foram os irmãos Lekson Silva Souza e Leonardo Silva Souza, que integram a Xodó da Vila há sete e 16 anos, respectivamente.

Leandro conta que a ideia de mobilizar os integrantes da Xodó para o pedágio, partiu da necessidade de obter alguma renda que colaborasse para o grupo. “Se a gente não fizesse isso, seria difícil alguns componentes da quadrilha ter roupa para dançar”, lamenta. A mobilização da quadrilha começou a cerca de duas semanas e tem ganhado o apoio do público que passa pelos locais onde são feitos os pedágios. “Eles estão ajudando bastante. Eles acham interessante, isso, dão apoio, porque são poucas quadrilhas que dão a cara para bater”, acredita Lekson.

Quem carrega a faixa pedindo apoio dos motoristas é o próprio presidente da quadrilha, Etelvan dos Santos, que lidera o grupo desde a fundação. Ele comenta que o gasto médio de uma quadrilha a cada ano está orçado em R$ 80 mil, e para manter a tradição, além dos pedágios, são realizadas outras ações. “Está muito difícil manter uma quadrilha junina. Nós trabalhamos o ano todo com rifas, bingos, feijoadas e apresentações fora de época, que vem dando a nossa sustentabilidade”, afirma.

Apoiadores

Encontrar aqueles que simpatizam com a mobilização da quadrilha é algo complicado, como relatam os próprios quadrilheiros. Mas entre os muitos motoristas que passam pelo semáforo, alguns resolvem apoiar.

Um destes apoiadores foi o vendedor Hugo Leonardo Melo, que vê com positividade a ação dos quadrilheiros. “É uma ação boa, nós temos que colaborar com nossa cultura”, pensa. Essa mesma linha de pensamento é compartilhada pelo aposentado Antônio Silva. “É sempre importante incentivar”, comenta.

Por Yago de Andrade e Jéssica França

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