Renais crônicos continuam criticando falta de vagas em clínicas privadas (Foto: Portal Infonet) |
O superintendente do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) e secretário adjunto da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Luiz Eduardo Correia, informou que dentro de seis meses o Governo do Estado voltará a realizar os transplantes de renais crônicos dentro do Estado. É que as obras do setor onde serão feitas as cirurgias terminarão neste prazo.
Atualmente, os pacientes só podem fazer o procedimento em outros estados. “Estamos providenciando os transplantes aqui no Huse, temos o espaço, estamos em fase de licitação de equipamentos e temos equipes. Vamos providenciar junto ao Ministério da Saúde. Vamos acelerar e devemos ter pronto em um prazo de seis meses", garantiu.
A declaração foi dada ao Portal Infonet ao questioná-lo sobre a situação dos renais crônicos que se encontram no Huse, que precisam de transferência para tratamento em unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e também de transplantes.
A Associação dos Renais Crônicos de Sergipe (Acrese) continua indo ao Hospital para protestar contra a falta de vagas. O presidente da Acrese, Lúcio Alves, teceu duras palavras aos gestores da saúde do Estado, indignado com a situação enfrentada pelos pacientes da nefrologia. “Quando recebe o diagnóstico, tem na verdade uma sentença de morte. Se torna extremamente vulnerável, e não pode estar exposta a situações de risco, a bactérias, podendo ter depressão, ansiedade e até trazer a pessoa a óbito, como tem acontecido. É um absurdo”, criticou.
Lúcio Alves tece duras críticas à gestão da saúde em Sergipe (Foto: Portal Infonet) |
Os associados alegam que há pessoas dentro do Huse há quatro meses, aguardando a transferência para uma unidade conveniada. “Quando o paciente chega em urgência dialítica, vem para cá colocar o cateter, estabilizar a doença, e depois são levados às clínicas de hemodiálise, para o tratamento ambulatorial”.
Transplantes
Os transplantes para os renais crônicos não são feitos em Sergipe. O paciente que precisa do procedimento é encaminhado para outros estados e recebe uma diária de aproximadamente R$24, segundo Lúcio Alves. “É assinar um atestado de incompetência aqui não ter, uma vergonha. Inadmissível. Esse dinheiro mal dá para comer, como vão fazer transplante? Isso é uma forma de apontar o caminho do cemitério”, disparou.
O superintendente do Huse, Luiz Eduardo, disse também que a responsabilidade de pleitear vagas nas clínicas privadas é dos municípios. Neste caso, de Itabaiana e Aracaju. "Eles quem devem providenciar as vagas, nós aqui precisamos dos leitos, Tem gente em condições de ter alta, mas que estão aqui como internados".
Por Victor Siqueira