SE registra 343 novos casos de hanseníase em 2017

Coordenadora do Núcleo das Doenças Transmissíveis, da SES, Mércia Feitosa (Foto: SES)

O último domingo de janeiro é dedicado às ações mundiais de combate à hanseníase, conforme estratégia adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de conscientizar a população e reafirmar o compromisso de luta contra a doença nos países endêmicos. Durante o mês, técnicos da Secretaria de Estado da saúde (SES) participaram de diversas ações municipais, e representaram a secretaria em seminário multidisciplinar promovido por acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS), para abordagem da problemática e apresentação do perfil epidemiológico da doença no país e no Estado.

De acordo com a coordenadora do Núcleo das Doenças Transmissíveis, da SES, Mércia Feitosa, em 2017 foram registrados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, 343 novos casos de hanseníase em adultos. Desses, 21 envolvendo menores de 15 anos. Nesse mesmo ano a taxa de detecção da doença foi de 15.29 indivíduos para cada 100 mil habitantes, considerada mediana.

“Trata-se de um problema de saúde pública, uma vez que o país ainda não alcançou a prevalência de menos de um caso por 10 mil habitantes. Sergipe apresentou uma prevalência de 0,84 por 10 mil habitantes, mas ainda apresenta muitos casos novos em menores de 15 anos. Quando há ocorrência nessa faixa etária, há indicação de que o bacilo da doença circula muito no estado, visto que o período de incubação da hanseníase chega até 10 anos”, explicou a coordenadora.

Os números atuais podem ser comparados aos índices obtidos em 2016, quando Sergipe registrou taxa de detecção de 25.84 por 100 mil habitantes, considerado alto, sendo gradativa a redução desse índice ao longo dos anos. “Na perspectiva de melhorar os índices, a SES realiza ainda o monitoramento e a avaliação das notificações dos casos de hanseníase, através do próprio Sinan. Também promove discussões com coordenadores de vigilância epidemiológica dos municípios para avaliação dos comunicantes da doença e do processo de alta desses pacientes nas UBS”, acrescentou Mércia.

Em caso de paciente diagnosticado com hanseníase, todos os familiares desse indivíduo precisam ser avaliados, a fim de que sejam verificadas possíveis manchas sugestivas da doença. A proposta da SES é detectar precocemente o caso, e tratar oportunamente a fim de que sejam evitadas possíveis seqüelas. Para isso, envia mensalmente o tratamento para os municípios, de acordo com o número de pacientes diagnosticados com a doença. São enviados até essas localidades dois medicamentos, cujo tratamento tem duração de seis meses até um ano, de acordo com a classificação clínica do paciente.

Hanseníase

A doença crônica, transmissível, de notificação compulsória, possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele e nervos periféricos, podendo apresentar surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e preconceito relacionadas à doença.

A transmissão se dá pelas vias áreas superiores – tosse ou espirro, de uma pessoa doente sem tratamento, para outra, após um período de contato prolongado e contínuo. Portanto, é prioridade o exame de todas as pessoas que convivem ou conviveram com o caso de hanseníase nos últimos anos, como forma de diagnosticar precocemente, prevenir as incapacidades físicas e interromper a cadeia de transmissão da doença.

A hanseníase tem cura e seu tratamento é gratuitamente ofertado pelo SUS, disponível nas unidades públicas de saúde de todo o país. Segundo informações do Ministério da Saúde, o tratamento é seguro e eficaz. O paciente deve tomar a primeira dose mensal supervisionada pelo profissional de saúde e as demais, auto-administradas. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida.

Além da realização do exame dermatoneurológico e avaliação neurológica simplificada, o paciente deve ser também orientado quanto às práticas simples do autocuidado com olhos, mãos e pés, que podem ser realizadas regularmente no seu domicílio ou em outros ambientes. O autocuidado melhora a qualidade de vida e autoestima da pessoa com hanseníase.

Fonte e foto: SES

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