Conferência sobre preservação de espaços afrorreligiosos

(Foto: Assessoria de Imprensa)

A preservação dos espaços naturais afrorreligiosos é historicamente um dos grandes desafios para a aplicação dos direitos humanos na sociedade. Para discutir o tema, será realizada a Conferência de Desterritorialização dos Terreiros. O evento ocorre nesta sexta-feira, 25, 18h, no Palácio da Cidadania, na sede da OAB em Aracaju, na avenida Ivo do Prado, 1072, bairro São José.

O evento tem como conferencista a pesquisadora Jussara Cristina Vasconcelos Rêgo, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Na oportunidade, será lançado o Projeto Preservando o Axé: Assessoria Jurídica Popular Contra a Subtração dos Espaços Litúrgicos Naturais Afrorreligiosos em Sergipe, uma das ações selecionadas pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos este ano contra a discriminação e violência institucional.

A iniciativa é realizada pelo Centro de Umbanda Caboclo Tupy, que atua desde 1989 em Sergipe. O objetivo do Projeto é criar uma rede permanente de profissionais jurídicos e militantes afrorreligiosos capacitados para a proteção e salvaguarda dos espaços litúrgicos naturais sagrados das religiões de matriz africana em Sergipe com a realização de oficinas de formação com militantes, estudantes, advogados e pesquisadores vinculados a templos ou comunidades afrorreligiosos.

A proposta é promover medidas de enfrentamento às práticas de racismo institucional que vêm limitando ou extinguindo os espaços litúrgicos naturais sagrados em Sergipe: identificar esses espaços (parques, matas, manguezais, lagoas, rios, cachoeiras, pedreiras, áreas naturais, etc); resgatar sua história e importância cultural e religiosa; definir os que precisam de revitalização e políticas específicas de proteção; encaminhar essas demandas aos poderes públicos e promover ações judiciais.

Cenário preocupante

O processo de urbanização desordenado vem contribuindo para a perda de território dos templos de matriz africana em Sergipe e em diversos outros locais do Brasil. Nesse cenário, os adeptos se vêm obrigados a buscarem refúgio para a manutenção de suas práticas em espaços verdes remanescentes das cidades.

Entretanto, o uso histórico desses espaços vem sendo ameaçado por políticas de preservação ambiental que instituem unidades de conservação ou em razão do caráter múltiplo destes territórios, com seu uso reivindicado também para fins turísticos e de lazer. Tal cenário é preocupante e aponta uma situação de conflito e exclusão, representando uma ameaça à continuidade dessas práticas religiosas, seja em decorrência da sobrevalorização da preservação do meio ambiente em detrimento da proteção ao patrimônio cultural afro-brasileiro ou de tensões envolvendo a sobreposição de usos incompatíveis destes espaços (turismo e lazer x cerimônias religiosas).

Fonte: Assessoria de Imprensa

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