Desafio Black Belt: “Super Luta” reacende rivalidade

Gustavo Nunes

Eles são faixas-pretas, têm incontáveis títulos, muitos alunos e não são necessariamente os melhores amigos. É por isso que Laus Rocha e Gustavo Nunes farão a luta mais aguardada do Desafio Black Belt de Jiu-Jitsu, agendado para a tarde deste domingo, 22, no Teatro Atheneu. Ao lado de combates de outros oito conhecidos faixas-pretas da capital, os dois professores farão aquela que é apontada como a “Super Luta” do evento – a disputa que além de encabeçar o desafio, servirá para resolver uma velha “rixa”.

Tudo começou em um torneio de jiu-jitsu realizado há cinco anos. Semifinalista, Gustavo Nunes finalizou mas foi punido: na interpretação da arbitragem, o lutador havia “segurado o golpe”. Após certa confusão, Nunes saiu na bronca e viu Laus Rocha, então diretor de arbitragem do evento, ser o finalista que ele deveria ter enfrentado. Desde então, Nunes não tem dúvida. “Ainda tenho a impressão de que inventaram que fiz aquilo para que eu não lutasse com Laus”, disse.

Laus Rocha

Então Nunes prometeu a si mesmo que desafiaria Laus Rocha na primeira oportunidade. E ela veio em um evento de MMA realizado no Constâncio Vieira há quatro anos. De microfone em punho depois de sua vitória, o lutador sacou o desafio. Laus respondeu que iria se inscrever em todos os campeonatos que aparecessem. E, segundo ele, foi exatamente o que fez. “Passei aquele ano todo me inscrevendoo em todos os campeonatos, mas ele, por alguma razão, não estava inscrito em nenhum”, observa Laus.

A história prometia esfriar até o surgimento do Desafio Black Belt. Mas de acordo com Laus Rocha, não há, de sua parte, nenhuma motivação pessoal para a luta. “Em campeonato a gente se exalta, discute, mas é normal. Nunca lutei com ele e será uma boa oportunidade para quem nunca nos viu lutando em lugar nenhum”. Já Gustavo aproveitou para exaltar o evento e, ao mesmo tempo, sua própria capacidade. “Não importa quem saia vitorioso, mesmo que eu tenha certeza que serei eu. Quem ganha com isso é o esporte”.

Perfil

Aos 31 anos, o aracajuano Gustavo Nunes soma 16 anos de tatame e reivindica ser o primeiro sergipano a subir em um pódio de campeonato mundial em torneio adulto: foi em 2002 no Rio de Janeiro, quando o sergipano conseguiu o segundo lugar na faixa azul. Além disso, ele também faturou um 3º lugar no mundial de 2011 na faixa-preta adulto, foi vice-campeão carioca de luta olímpica e vice no brasileiro norte/ nordeste este ano.  Com poucas participações em torneios em Sergipe, Gustavo diz que tem, em compensação, “uns 50 campeonatos baianos”. E munido de várias críticas, “passa o carro” no cenário esportivo local.

“Quero que alguém me explique como um atleta com uma década de competições nas costas fica fora do Bolsa Atleta. Está claro que o critério é político”, diz. Gustavo também mostrou confiança na sua preparação para o Desafio. “Venho treinando forte, melhorando o chão com mestre Ivan Lima todo dia e fazendo treino funcional com mestre Dymitry Dammiany”.

Já Laus Rocha é carioca de Volta Redonda mas fez sua vida em Sergipe, onde descobriu a arte suave com o mestre Sérgio Correia, o Marrinha. Aos 40 anos, o veterano traz no currículo títulos como campeão brasileiro master, vice campeão da Copa Brasil, vice-campeão brasileiro regional e é líder de uma das equipes mais bem sucedidas do jiu-jitsu local, a GFTeam. “Em termos de resultado, nossa equipe é a que mais se destaca nas competições promovidas pela Confederação Brasileira, que são as que reúnem os melhores”.

Laus também vibra com o bom momento do jiu-jitsu como um todo, mas teme pelo cenário local. “O que achávamos que estava unido, parece que quer rachar de novo”, comenta o professor sobre as federações. O faixa-preta garante ainda que está focado na luta com Gustavo. “Nunca parei de treinar jiu-jitsu, e tenho feito uns cinco rolas de sete minutos no gás, além de treinos funcionais e táticos e preparação física na academia”, detalha. Rocha ainda ressaltou a iniciativa do evento. “Estão no caminho certo. É já ótimo ver o surgimento de eventos diferenciados, com lutas casadas e boa organização”, disse.

Por Igor Matheus

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