Prefeitos atentos ao discurso de Déda (Foto: Lízia Martins)
“2011 será um ano de muitas dificuldades. Vai ser o momento em que os prefeitos devem escolher se vão fazer festa ou calçar a rua. É duro, mas tem que fazer a opção porque dinheiro não se multiplica no cofre e não existem possibilidades de buscar recursos. Será um ano difícil para Dilma, para Déda e para todos os prefeitos. É preciso apertar o cinto para enfrentar a turbulência”. Esse foi o discurso do governador Marcelo Déda (PT) no I Fórum de Prefeitos de Sergipe, realizado no Hotel Dioro, na Barra dos Coqueiros nesta sexta-feira, 8. 
Os prefeitos entregaram uma carta ao governador Marcelo
Déda, em defesa do Municipalismo. No texto, várias reivindicações, a exemplo da questão dos resíduos sólidos, ressaltando que a rigidez da legislação requer grandes investimentos das prefeituras na destinação e tratamento do lixo. Os prefeitos reivindicaram também frigoríficos regionais, infraestrutura urbana e estradas, certidões federais, transporte escolar, relações institucionais, Piso Nacional dos Professores, Segurança Pública e Saúde Pública. 
Governador destaca gastos para cumprir a Lei do Piso (Fotos: Marcos Rodrigues)
Uma das maiores preocupações dos prefeitos diz respeito aos cortes nas emendas do Orçamento da União. E sobre isso, ouviram a confirmação do governador de que “os próprios deputados federais vão ter cuidado para liberar as emendas por conta do contingenciamento. Há a perspectiva de reduzir pela metade o volume de emendas. 2011
será de dificuldades e é preciso que os prefeitos tenham prioridades. Eu aprendi na porrada, desculpem a expressão, a me preparar para os dias ruins e é com essa experiência que mostro a preocupação com as dificuldades deste ano”, enfatiza o governador. 
Fábio Henrique entrega Carta da Barra dos Coqueiros
Lei do Piso
Ele destacou a decisão do Supremo Tribunal Federal em favor da constitucionalidade do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) do magistério. “A decisão do STF sobre o Piso dos professores, trará um aumento na folha de pagamento em R$
50 milhões, três vezes mais do que a inflação”, preocupa-se. 
Tonho de Dorinha (Foto: Portal Infonet)
Quanto à Carta da Barra dos Coqueiros elaborada pelos prefeitos, Marcelo Déda disse que o Governo do Estado pretende oferecer toda a colaboração possível aos prefeitos sergipanos. “Entendemos que estas solicitações refletem as necessidades da população, mas a situação que os municípios enfrentam, nós também enfrentamos no Governo do Estado que, diante do corte no Orçamento da União, equivalente a R$ 50 bilhões, também obrigou a um corte de 13% no Orçamento do Estado, equivalente a R$ 900 milhões”.
Prefeitos
Cerca de 40 prefeitos participaram do evento. O presidente Associação dos Municípios da Região Centro Sul (Amurces), Antônio Dórea, o ‘Toinho de Dorinha’, chamou atenção para a necessidade de suporte financeiro para reformas e programas voltados para a comunidade e que são de responsabilidade das prefeituras. “Os prefeitos sergipanos possuem uma realidade parecida, seja quanto à Emenda 29 [que trata da saúde], quanto à seca ou quanto às estradas viscinais”, ressalta.
O presidente da Federação das Associações de Municípios de Sergipe, prefeito Fábio Henrique ressaltou que a preocupação da entidade no momento não é com o ano eleitoral, mas com o bem-estar da sociedade. “Isso no que se refere ao término de obras e continuação de programas sociais ameaçados pelo possível corte de investimentos por parte do Governo Federal”.
Com o discurso do governador Marcelo Déda, eram nítidas as fisionomias de desânimo dos prefeitos que participaram do evento na Barra dos Coqueiros, principalmente por conta da redução no volume de emendas e da dificuldade em conseguirem recursos para os municípios.
Por Aldaci de Souza
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