Ortopedista alerta para risco fraturas em idosos

Profissional revela que a ocorrência de quedas de idosos são mais comuns dentro de casa 

Somente este ano, de janeiro a novembro, o Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (HRL), em Lagarto, na região Centro-Sul de Sergipe, já atendeu a mais de 3.300 pessoas vítimas de vários tipos de quedas, como da própria altura, de telhados, escadas, entre outros. E muitos desses acidentes envolvem idosos e trazem uma grande preocupação. Isto porque a recuperação física nesta fase da vida é mais difícil, mais complicada e mais lenta.

O ortopedista Érico de Pinho Menezes, referência técnica em Ortopedia do HRL, revela que a ocorrência de quedas de idosos são mais comuns dentro de casa. De acordo com ele, de todos os cômodos, o banheiro é o local mais perigoso para os idosos. “Isso se deve ao fato de nesse cômodo haver pisos lisos e escorregadios, muitas vezes piorados pela presença de água, além do fato de o idoso ter que abaixar-se e levantar-se do assento sanitário, momento em que há grande risco de desequilíbrio e queda”, afirma Érico de Pinho, que há dois anos atua no Serviço de Ortopedia do HRL.

Segundo o especialista do HRL, as quedas que ocorrem na rua estão relacionadas às más condições das vias públicas. “Geralmente são calçadas desniveladas, danificadas ou mal sinalizadas”, completa. “Já as que ocorrem no domicílio, decorrem de um ambiente inapropriado para o idoso, com pisos lisos, tapetes soltos, animais de estimação, etc. Cozinha e principalmente banheiro são os cômodos relatados com maior frequência”, salienta o ortopedista.

Fraturas

O ortopedista do HRL ressalta que as quedas nesta fase da vida podem representar gravidade porque muitas vezes causam fraturas. Por isso, é preciso ficar atento aos cômodos com muitos móveis, o que dificulta a circulação das pessoas. “Nessa faixa etária é comum uma perda importante da densidade mineral óssea, culminando com a osteoporose e com grandes riscos de fraturas. Nesse contexto, as fraturas mais comuns são as do quadril, principalmente as do colo do fêmur; as do punho, principalmente as da extremidade distal do rádio; e em menor grau, as da coluna vertebral com fraturas por achatamento de corpos vertebrais”, lembra o especialista.

Érico de Pinho alerta que, a depender a gravidade da queda, muitos casos podem evoluir até para o óbito do paciente. “O risco é sempre grande em fraturas do quadril, que são em sua maioria cirúrgicas. Tais fraturas levam a um longo período de internamento com risco muito aumentado de complicações como tromboses, infecções hospitalares, descompensação de doenças clínicas prévias, escaras (feridas) devido ao período de imobilização prolongado dentre outros”, salienta.

Prevenção

Entre os cuidados básicos para evitar os acidentes com idosos, o ortopedista recomenda tornar a casa um ambiente mais seguro de se viver. “Devem ser evitados pisos muito lisos, principalmente em ambientes com possibilidade de água, como banheiro, cozinha e área de serviço, tapetes com bordas livres, presença de animais de estimação circulando pela casa, ambientes mal iluminados, desníveis como degraus ou escadas”, orienta.

Além desses cuidados, o médico do HRL acrescenta outras medidas preventivas. “A presença de corrimãos e guarda-corpos em ambientes onde o idoso precisa subir ou descer degraus ou sentar-se e levantar-se com freqüência, ajuda a diminuir o risco de queda. É sempre muito importante também a companhia de uma pessoa que possa dar uma atenção especial ao idoso, principalmente àqueles com idade mais avançada e com limitações mais severas”, destaca.

Fonte e foto: SES

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