SE acompanha dados nacionais de picadas de aranha marrom

Se acompanha dados nacionais de picadas de aranha marrom (Foto: Reprodução/Pixabay)

Dados do Ministério da Saúde apontam que de todos os casos de pessoas vítimas de picadas de aranha, 70% são ataques de aranhas marrons. Esse dado reflete uma realidade também de Sergipe, já que a maioria das pessoas que chega ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) é vítima dessa espécie. No Ciatox são também atendidos casos provocados por picadas de aranhas armadeiras, também conhecidas como aranha de bananeira.

De acordo com a médica do Ciatox, Julia Cardoso, quando ocorre uma picada de aranha marrom é possível surgir reações na pele, com dor no local da picada. Entre quatro e oito horas após o acidente é comum surgirem edemas e eritemas, semelhante a queimaduras. Em não havendo atendimento, num prazo médio de duas semanas, forma-se uma área de necrose seca, de extensão e profundidade variáveis. Associada a lesão da pele podem ser observados já nas primeiras 24 horas alguns sintomas sistêmicos, como febre, náuseas, vômitos, tonturas, dores de cabeça e exantema, que é erupção na pele ou lesão avermelhada.

“A forma mais grave de acidente com a aranha marrom é a cutânea hemolítica, que também é a mais rara. Apresenta, além do comprometimento da pele, manifestações clínicas decorrentes de hemólise, que evolui nas primeiras 72 horas com anemia aguda, icterícia (cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos) e hemoglobinúria (presença de hemoglobina na urina). A principal complicação é a insuficiência renal e coagulação intravascular disseminada, quadro clínico no qual pequenos coágulos se formam por toda a corrente sanguínea e obstruem pequenos vasos, causando hemorragia excessiva.

O que fazer?

Em caso de picada, a vítima deve procurar o serviço médico mais próximo e levar o animal para identificação. Segundo a médica do Ciatox, às vezes a dor não é tão intensa como nos casos de picada de escorpiões, mas caso esteja num ponto em que se torne insuportável, é preciso fazer compressa morna em casa até que se chegue ao hospital. No serviço de urgência, o paciente pode precisar de soro antiaracnídico ou soro antiloxoscélico, ambos produzidos no Brasil. Pode também precisar de corticóide para delimitar a área da ferida; analgésico; anti-histamínico; antibiótico, se tiver infecção secundária, que é rara; debridamento cirúrgico, que é a cirurgia para remoção do tecido necrosado; e em seguida, cirurgia reparadora.

Como prevenir?

Para evitar contatos com aranhas é preciso verificar roupas e sapatos antes de usá-los, não pendurar roupas nas paredes, realizar limpeza periódica atrás de quadros, painéis, sofás, armários e outros móveis. É preciso ainda evitar acúmulos desnecessários de caixas, revistas e jornais dentro de casa e não exterminar predadores naturais das aranhas, a exemplo de sapos, lagartixas e aves. A maior parte das ocorrências com aranhas marrons acontecem de forma acidental, pelo contato da aranha com o corpo durante o ato de vestir, de calçar ou dormir, uma vez que essa aranha não possui comportamento agressivo.

Ciatox

O Ciatox é referência em toxicologia para todo o Estado de Sergipe e mantém conexão com a Vigilância Sanitária Estadual e com a Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit). Desde a picada, o próprio paciente pode entrar em contato pelo Ciatox através do número 0800 722 6001. Ao ser atendida pessoa é informada sobre as primeiras medidas a serem tomadas e a necessidade de trazer o caso ao serviço de urgência. Os soros usados nos casos que envolvem aranhas são provenientes do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), órgão gerenciador do Huse, e segue também para os hospitais regionais. Esses soros não são encontrados em hospitais particulares.

Fonte: SES

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