Anal Putrefaction: rock sergipano de tradição

Cinco integrantes e um som de fazer muito roqueiro bater cabeça. Há 12 anos na estrada, a Anal Putrefaction já se tornou referência não apenas no Estado, mas também em outras regiões do país quando o assunto é Death Metal. Com suas músicas rápidas e vocais guturais, o grupo continua arrancando elogios por onde passa. Um dos pontos que chama bastante atenção na banda é o seu nome. Ele, que em português significa “Putrefação Anal”, já foi motivo para que muitos curiosos da imprensa enterrassem os integrantes do grupo em perguntas. Por isso, se você está na frente do computador, com a língua coçando pra fazer este mesmo questionamento, calma! Para matar também a sua curiosidade, o próprio autor da façanha, o vocalista Manoel Mendes, explica de onde surgiu a idéia. “O nome é uma homenagem a duas grandes bandas do rock, a Carcass e a Anal Cunt. Juntei um pedaço do nome de um dos álbuns da primeira – o Reek of Putrefaction – com uma parte do nome da segunda e saiu o resultado”, diz ele. “Muitas pessoas ligam o nome à pornografia. Mas, depois que elas escutam o nosso som, percebem que a gente segue uma linha bem diferente”, comenta. Criada em 1991, a banda era composta inicialmente por três integrantes, um no baixo, um na guitarra e outro na bateria. Em 93, já com uma formação diferente, o grupo lançou a sua primeira demo tape. Intitulado What Now?, o trabalho trazia como tema a morte, a inimizade e a discórdia, numa tentativa de questionar a fé. Críticas a Deus e ao demônio foram incluídas nas letras das músicas, que, apesar de tratar de assuntos polêmicos, buscavam manter a imparcialidade de suas sugestões. O ano de 1995, porém, não foi dos melhores para Anal. Neste ano, ela chegou a se desfazer, devido à saída do baterista. “Havia divergências entre o estilo musical dele e do restante do grupo. Por isso ele resolveu sair. E é muito difícil encontrar bateristas que toquem o Death Metal. Por isso, ficamos um bom tempo sem tocar”, explica Mendes. Reerguendo-se da má fase, a banda – hoje em sua sétima formação – resolveu retomar as atividades e voltar com força total à ativa em 2001. No ano seguinte, saiu a primeira demo CD. Com o nome de Death is the Faith, a temática agora era outra. Assuntos como a violência urbana e o consenso fabricado passaram receber um maior enfoque, assim como os pensamentos de alguns filósofos, como Noah Chomsky, pensador da política da violência e da escravidão mental. Para a confecção do trabalho, algumas letras de trabalhos mais antigos do grupo foram resgatadas. Como todo esforço merece reconhecimento, a Anal Putrefaction já foi convidada para participar de shows fora do Estado. Em Recife, por exemplo, foi a atração principal da festa, enquanto em Maceió, abriu o show de uma das mais renomadas bandas de Death Metal do globo, a paranaense Krisiun. Com relação à divulgação de seus feitos, o pessoal do grupo parece estar bem servido. Suas canções já foram incluídas em quatro coletâneas de nível nacional: a Troops of the Devastation – n° 2 (São Paulo, 2003), a PDC – n° 1 (São Paulo, 2003), a Warriors of the Morbid Moon #2 (Pernambuco, 2003) e a Metal Vox – vol 1 (Bahia, 2003). Eles estão negociando ainda a participação em uma coletânea chilena, que será divulgada em toda a América do Sul e em parte da Ásia e da Europa, e em uma crítica de demos na Argentina. Além disso, já foram notícia em vários zines, como o SkyHell, e revistas especializadas, como a Roadie Crew e a Rock Brigade. Quanto às letras, elas são de autoria dos próprios integrantes. E, apesar de as composições serem todas em inglês, eles deixam claro que esta não é uma regra a ser seguida. “Estamos abertos a experimentar outras línguas, inclusive a portuguesa”, brinca o vocalista, que confessa encontrar inspiração em bandas como Morbid Angel, Incantation, Nile e Napalm Death. Como toda banda que se preze, a Anal Putrefaction também tem planos para o futuro. “No final do ano, pretendemos lançar um álbum com algumas músicas inéditas e outras ao vivo”, revela Mendes. Para os fãs, é só cruzar os dedos e aguardar o resultado. Por Fernando Freitas

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