Luiz Melodia revive sambas no MPB Petrobras

Cantor Luiz Melodia
Em um clima bem descontraído, mesmo acometido por uma dor na região lombar, o cantor Luiz Melodia recebeu a imprensa para uma entrevista coletiva no qual falou sobre o show que apresentará hoje, 20, e amanhã, 21, no Teatro Tobias Barreto, a partir das 21h, dentro do Projeto MPB Petrobras.

Melodia apresentará ao público sergipano, logo mais no TTB, um show baseado no seu mais recente CD ‘Estação Melodia’, composto de sambas dos anos 30, 40 e 50, embora quem for assistir  a apresentação ouvirá ritmos como maxixes e samba-canção, além de apreciar música de Chico Buarque. “O básico do show é composto de sambas, sambas dos anos 30 e 40”, resumiu.

O cantor carioca, criado no morro do São Carlos, também revelou que há muito tempo sonhava em fazer esse CD, no qual interpreta grandes compositores como Cartola, Haroldo Silva, Noel Rosa, entre outros, que até então “só cantarolava em casa”. Além da interpretação de músicas dos mestres do samba, Luiz Melodia traz a gravação de duas músicas por seu pai, Oswaldo Melodia. “São dois sambas antiguíssimos que estavam guardados. São duas músicas inéditas: “Linda Tereza” e “Não me quebro a toa””, disse ele, lembrando que nesse novo trabalho tentou ao máximo que a interpretação se aproximasse dos sambas originais. 

Novos talentos e incentivo 

A cultura no Brasil ainda engatinha
Como não poderia deixar de ser, Melodia apontou novos nomes da música popular brasileira que tem ouvido e teceu elogios à nova safra. “Luciana Melo é uma cantora genial… o Farofa Carioca é muito bacana também, estão no caminho certo. E destaco também a descoberta do HIP HOP do Marcelo D2”. O cantor aproveitou e divulgou o trabalho do filho Mahal, que vai lançar seu primeiro CD de Rap, chamado ‘Aliança 21’.  

Sobre projetos como o MPB Petrobras, Luiz Melodia disse que ainda são poucos. “Sempre é pouco, a cultura no Brasil eu acredito que ainda engatinha. Devido ao tamanho do talento que nós temos no país. Acho que não só a Petrobras que deveria fazer isso, se requer investimentos brutos para cultura. Mas é melhor você fazer do que não fazer”, cobrou. 

Negro e música sergipana 

“A nossa inclusão na sociedade ainda é mesquinha”
Questionado por uma jornalista sobre a participação do negro na sociedade brasileira, Luiz Melodia foi enfático: “A nossa inclusão na sociedade ainda é mesquinha. Tem momentos que eu assisto televisão, a impressão que me dar é que estou na Rússia, na Suécia…”.

Luiz Melodia disse que não tinha conhecimento da música sergipana, na ocasião foi informado que o cantor Lula Ribeiro, com quem já dividiu palco em novembro do ano passado cantando a música ‘Cogênito’, de autoria de Melodia, é aracajuano. Por sinal esta música estará no primeiro DVD do cantor sergipano. “Ele é de Aracaju né? Eu cheguei a pensar que ele era pernambucano”, revelou.  

Samba carioca x Samba paulista 

Samba paulista não dar nem para sambar
Para Luiz Melodia, existe uma diferença entre os sambas feitos no Rio de Janeiro e em São Paulo. “O samba paulista é muito mais rápido, digo os sambas atuais, porque nos anos 30 e 40 todos tinham uma cadência”, explicou. 

Segundo Melodia, hoje em dia, principalmente os sambas enredos de São Paulo se caracteriza por uma velocidade que não dá nem para sambar e são muito parecidos. “Daqui a pouco não vai dá nem para você cantar. Eu não curto”, disse.

Por Paulo Rolemberg

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