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Espetáculo contou com apresentações de música, dança e teatro (Fotos: Portal Infonet) |
Arte, teatro, música e expressão corporal. É dessa forma que internas do Presídio Feminino (Prefem) vivenciam seu período de reinserção social, que na tarde desta segunda-feira, 10, culminou com a apresentação do espetáculo ‘o dia que os cadeados se rebelaram’. A peça, que aconteceu no Teatro Atheneu, faz parte das oficinas ministradas pelo Projeto Penarte, que contam com 40 internas. O espetáculo comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e recebeu grande público no teatro.
Segundo Lília Melo, diretora do Prefem, as oficinas de circo, dança, música, teatro e grafitti que compõem o projeto foram responsáveis pelo desenvolvimento de todas as internas. “Elas não são atrizes, não são profissionais, mas tiveram um grande crescimento em seu processo de reinserção na sociedade. Todas melhoraram na concentração, na disciplina, na interpretação. Fiz questão de não assistir antes para não estragar a surpresa de hoje”, afirma.
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Ivo Adnil, diretor do espetáculo e coordenador do projeto Penarte |
Diretor do espetáculo, Ivo Adnil é responsável pela coordenação da equipe de 12 voluntários que ministram as oficinas do Penarte desde agosto deste ano. Ivo explica a concepção do espetáculo. “As internas saíram de suas celas com toda a disposição e se abriram ao projeto, absorvendo e contribuindo para a montagem. Hoje vamos homenagear 22 autores sergipanos, que vão desde Hermes Fontes a Everton Nunes”, descreve.
O diretor comenta a alusão de cadeados no título da peça. “Esses cadeados fazem referência à realidade das internas, mostrando a busca pela libertação interna e externa”, diz. Com texto de Claudio Viana, o espetáculo inclui monólogos, apresentações musicais e dança, com figurinos e cenário preparados pela equipe da unidade.
Ressocialização
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Adriana Mel revelou talentos no projeto |
De acordo com o secretário da Justiça e da Cidadania, Benedito Figueiredo, a ressocialização é o principal ganho do projeto. “Nossa preocupação é que as internas tenham uma formação e que possam chegar ao mercado de trabalho quando saírem do Prefem. Ao ser presa, a pessoa acaba sendo estigmatizada e é distanciada de muitas possibilidades. E no Prefem elas saem formadas como costureiras, bordadeiras, e são inseridas de volta na sociedade”, salienta.
Iza Jakeline, interna no Prefem há cinco anos, afirma que o projeto é uma forma de mostrar a verdadeira face das internas à sociedade. “A gente está aqui dentro, mas não somos bichos de sete cabeças. Somos mulheres, mães de família, em busca de uma nova oportunidade”, diz. Adriana Mel, cantora e interna há quatro anos, revela na letra da música de sua autoria seu sentimento em relação ao processo de aprendizado vivido nas oficinas: “Penarte é vida e cultura”.
Por Nayara Arêdes e Aisla Vasconcelos
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