Prefeitos questionam os critérios do ‘Fome Zero’

Vários prefeitos de municípios sergipanos que estiveram presentes a cerimônia de lançamento do Programa Fome Zero no Estado, questionaram os critérios utilizados pelo Governo Federal para escolher os sete municípios sergipanos que devem receber recursos do programa. O prefeito de Capela, Carlos Alberto Sobral (PSDB) diz não entender os parâmetros. “O Índice de Desenvolvimentos Humano de Capela é muito mais baixo que o de alguns municípios que estão recebendo o benefício. Nós temos uma população formada por 60% de desempregados. Temos um déficit habitacional de mais de cinco mil moradias. Talvez por fazermos parte do Vale do Cotinguiba, isto é, não estarmos situados no semi-árido nem no agreste, não entramos nesta lista. O que considero um absurdo”, reclamou o prefeito. ESTADO DE EMERGÊNCIA – Para Laerto Andrade, prefeito do município de Nossa Senhora de Lourdes e presidente da Associação dos Municípios do Baixo São Francisco, localidades muito mais carentes ficaram, injustamente, desta primeira lista de beneficiados. “Eu não entendo que dentro de nossa própria associação, nós temos municípios, como Nossa Senhora Aparecida, São Miguel do Aleixo, Graccho Cardoso, Itabi, Nossa Senhora de Lourdes, há seis meses com estado de emergência decretado e não foram incluídos. Eu não sei qual o critério para incluir o município de Propriá, que é uma cidade com uma região quase toda irrigada. Eu não estou discriminando Propriá, que é um município que admiro, mas não posso entender o motivo dessa escolha”, observa o prefeito. Segundo o ministro José Graziano, a escolha dos beneficiários do programa passa por uma comissão que analisa dados fornecidos pelo IBGE (sobre renda, gastos, situação dos domicílios, emprego e nutrição das populações) para daí estabelecer quais os municípios estão na definição oficial da linha de pobreza.