Dois deputados, um ministro e a polêmica do Jacaré-Curituba

Ivan: Jackson pegou apenas uma parte da fala de Ciro
Onde está o dinheiro? Essa é a pergunta chave que originou uma discussão durante o café da manhã ocorrido ontem, em Brasília, entre o ministro Ciro Gomes e os deputados federais Ivan Paixão e Jackson Barreto. Ivan diz que o dinheiro ainda não foi liberado e Jackson diz que João Alves não quer aceitar dinheiro nenhum.

 

Mas que dinheiro é esse que uns dizem que não têm e outros dizem que não querem? A situação é a seguinte, todas as quartas-feiras, é realizado um café da manhã com alguma autoridade federal e os deputados da bancada nordestina com o objetivo de travarem discussões a respeito dos Estados desta região. A pauta de ontem foi o Plano de Desenvolvimento Regional.

 

Para Sergipe, o Plano prevê o desenvolvimento das áreas do sertão sergipano do rio São Francisco, nas regiões de Canindé, Porto da Folha etc. O deputado Jackson Barreto se saiu com a seguinte pergunta: “Como se justifica o plano de desenvolvimento ser do semi-árido e a obra do Jacaré-Curituba ainda não ter sido retomada?”. O parlamentar explicou que participou, há um ano, de uma reunião com o Ministério da Integração e representantes do governo estadual para discutirem o recomeço do projeto.

 

Jackson: João se nega a receber verbas do governo
A suposta resposta de Ciro Gomes é que inflamou os ânimos de Jackson e Ivan. Segundo Barreto, Ciro teria afirmado que tem R$ 10 milhões disponíveis para Sergipe, mas não encontra formas de enviá-lo para as terras do cacique Serigy. Ivan bateu o pé e disse que havia mais palavras na frase, e que Jackson teria esquecido de dizê-las.

 

“Ele (Jackson) pegou uma frase do ministro Ciro Gomes e saiu dizendo que João não quer dinheiro. Ciro falou aquilo e completou: ‘agora estou consciente e aceitando a premissa do Ministério do Desenvolvimento Agrário que os lotes estão ocupados pelos sem terra’”, disse Ivan.

 

Para entender a situação, é necessária uma viagem ao passado. Quando o projeto Jacaré-Curituba foi iniciado, o planejamento inicial era de que cem lotes empresariais, distribuídos em 600 hectares, recebessem irrigação. No final do governo Albano Franco, as áreas foram invadidas pelo Movimento Sem Terra.

 

Segundo Paixão, isso causou um problema no contrato efetuado entre o Governo Federal, a Odebrecht, o Governo do Estado e os Sem Terras. Isso porque, com a invasão, os lotes, que antes eram cem, passaram a ser 700. Uma dívida iniciada ainda no governo estadual anterior com a Odebrecht, de R$ 1,3 milhão, também estaria contribuindo para o impasse.

 

Agora, o Governo Federal não poderia repassar os R$ 10 milhões porque o objeto do contrato mudou (os lotes que eram empresariais agora são dos sem-terras), a obra teria que ser maior (já que são 700 lotes ao invés de 100) e a Odebrecht se recusa a continuar a obra (caso o governador não pague a dívida).

 

Jackson Barreto sintetiza tudo em uma só frase: “Ivan disse que o problema era com a Odebrecht, mas eu não sei mais em quem acreditar”. Porém, Barreto tem uma opinião a respeito do assunto: “O governador nunca se interessou pelo projeto, uma vez que o MST é quem está ocupa a área. O governador diz que eu trabalho no sentido de atrapalhar a ida de recursos para Sergipe, mas quem se recusa aceitar é ele”, conclui.

 

Para Jackson, não há perseguição do Governo Federal contra João Alves, uma prova disso, é o programa “Luz Para Todos”, em que 55% dos recursos são federais. “Eu acho que o governador está mais preocupado em administrar Aracaju e em concorrer com Marcelo Déda. Ele esquece dos problemas do governo, buscando melhorar seu cacife eleitoral”.

 

Voltando ao Jacaré-Curituba, Ivan Paixão informou que o Governo Federal ainda não sinalizou com um aumento de recursos para a conclusão do projeto.

 

Por Wilame Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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