Terminou ontem à tarde a greve de fome do bispo Dom Luiz Flávio Cappio, que iniciou o ato em protesto ao início das obras de Integração do Rio São Francisco (também chamadas de Transposição). O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Jaques Wagner, foi o responsável pelo anúncio. Cappio começou a greve no dia 26 de setembro, em Cabrobó, interior de Pernambuco.
Pela manhã, o ministro entregou ao pároco uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que propunha o prolongamento das discussões sobre o projeto. Houve, então, uma conversa a portas fechadas com Wagner, na capela São Sebastião. Após conversar com o ministro, o bispo se reuniu com outros membros da igreja para analisar a carta.
Ficou acertado, ainda, que assim que o bispo estiver recuperado, ele deve ir a Brasília para conversar pessoalmente com o presidente Lula. Quem também visitou Dom Luiz foi o núncio apostólico Lorenzo Baldisseri, representante do Vaticano no Brasil, para levar uma carta enviada pelo papa Bento 16.
PROTESTOS – A decisão do presidente de prolongar os debates causou a revolta de entidades que são a favor do projeto. Ontem, entidades e órgãos públicos iniciaram uma campanha em favor da execução imediata do projeto. Foram colocadas faixas e cartazes em apoio à obra e carros de som circularam pelas ruas da cidade.
Uma nota foi assinada por dez prefeituras e Câmaras Municipais, além de entidades ligadas ao comércio, sindicatos e grêmios estudantis do sertão pernambucano. Na nota, os autores explicam que o projeto não irá prejudicar a vazão do rio e criará perspectivas para o desenvolvimento da região. Um ato público será feito com representantes de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (beneficiados pelo projeto), no próximo sábado, na cidade de Custódia (PE).