Dia Mundial da Água ressalta problemas no abastecimento do Estado

Helber Andrade revela como esta gestão irá solucionar alguns dos problemas da Deso
Na semana que se comemora o Dia Mundial da Água – 22 de março, o assessor de comunicação da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Helber Andrade, revela que a oferta de água tratada no Estado é inferior à demanda. 

Esta situação facilita a presença de diversos problemas, a exemplo da falta de água que vem ocorrendo nos últimos dias em vários bairros de Aracaju e em alguns municípios.

 

Não que a falta de água na última semana tenha sido provocada pela oferta reduzida. Mas se esta fosse superior à demanda, ou ao menos compatível, a distribuição da água, durante o tempo em que os técnicos da companhia estavam consertando a tubulação rompida da Adutora do São Francisco, não seria tão afetada.

 

Soluções

 

Bombeio para tomada de água potável para a cidade de Aracaju

 

“O problema no tubo ocorreu próximo ao povoado Pirunga, em Capela, e os técnicos resolveram rapidamente, apesar da difícil localização e acesso àquele ponto”, comenta Helber, ao acrescentar que anteriormente a este imprevisto, a Deso vinha enfrentando problemas na adutora, devido ao aumento da vazão do rio São Francisco.

 

O acréscimo no volume do rio trouxe muita sujeira para as tubulações, trazendo água mais suja e sobrecarregando as estações de tratamento. “Na estação João Edinaldo, que fica no povoado Sobrado, em Aracaju, a limpeza que antes era feita quatro vezes ao dia passou a ser realizada a cada hora, ou seja, 24 vezes ao dia”, diz.

 

Em função dessas paralisações para o serviço, o volume do produto potável liberado para o consumo foi reduzido de 1.450 litros por segundo para 1.100 litros por segundo. “As pessoas reclamam que agora que está chovendo não deveria estar faltando água, mas esquecem que a dificuldade para limpar aumentou, porque com a vazão alta o rio está trazendo muita sujeira das encostas e a qualidade da água diminuiu”, diz ele, comentando que quando a vazão do rio for reduzida e as águas estiverem mais calmas a falta de água diminuirá.

 

Estação de tratamento de água da cidade de Aracaju

Além do conserto, a Deso instalou uma nova bomba de captação para ter um ganho de retenção de água e enviá-la ao tratamento. “Esta nova bomba já está em fase de teste e servirá para ajudar a não diminuir o fluxo durante as revisões que estão sendo necessárias nas bombas antigas. Poderemos parar uma a uma”, explica.

 

Investimentos

Helber Andrade comenta que até hoje o que existia é que 80% dos investimentos eram colocados na distribuição de água, esquecendo da parte de captação e do tratamento. “Isto não quer dizer que expandimos o tratamento e estamos atendendo a mais localidades, mas que a água que estava sendo ofertada para cinco povoados foi dividida e agora sendo distribuída para dez”, exemplifica ele, ao comentar que para uma expansão verdadeira é necessário que o investimento aconteça nas três vertentes.

 

“O problema de falta de água não será resolvido sem uma melhor captação de água nos rios. Como também não adianta reservar a água sem ter como tratá-la. E depois de tratá-la ter a preocupação de distribuí-la da melhor forma. Por isto a aplicação dos recursos deve acontecer nas três esferas. Aí sim, estaremos expandindo verdadeiramente o fornecimento de água”, explica.

 

Um dos grandes problemas de alocar recursos junto ao Governo Federal é que a Deso está no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e também não tem Certidão Negativa junto à Receita Federal. “Com o nome deste jeito a companhia não pode receber recursos do Governo Federal e assim resolver estes e outros problemas, mas já foram tomadas as primeiras providências para reverter esta situação”, completa.

 

Pontos Críticos

Barragem de Ribeira, do sistema de fornecimento de água a Itabaiana

(Fotos: do Estudo sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos no Estado do Sergipe, na República Federativa do Brasil)

Mesmo sem verbas, o assessor de comunicação da Deso informa que já existem projetos para resolver os problemas mais críticos do Estado, a exemplo dos municípios de Tobias Barreto e Carira.

“Apesar de existir rede de distribuição em Tobias a cidade cresceu três vezes mais do que a oferta num curto espaço de tempo. O primeiro desafio é acompanhar o atraso com relação à demanda e no segundo é ultrapassa-lo”, explica.

 

Outro local em que poderá ser um problema num futuro próximo, lembrado por Helber, é toda a área de expansão de Aracaju a exemplo dos residenciais Brisa Mar, Horto do Carvalho e toda a área que engloba os bairros Aeroporto, Aruana e adjacências. “O crescimento daquela área foi grande em pouco mais de três anos e não houve investimento em captação e tratamento de água visando atender o grande crescimento da localidade”, diz.

 

Para resolver estes problemas Helber Andrade comenta que serão ampliadas as adutoras do São Francisco (Aracaju) e de Jabiberi (em Tobias Barreto) como também o Sistema Integrado Sertanejo que atenderá melhor a cidade de Carira.

 

Por Raquel Almeida

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