Aproximadamente sessenta famílias, ex-moradores das palafitas da Coroa do Meio, não receberam as casas asseguradas pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Elas continuam morando em casas alugadas pelo poder público municipal, mas alguns moradores receberam ordem de despejo da Emurb no fim do mês de junho. Na próxima segunda-feira, 9, os moradores terão uma audiência no Ministério Público Estadual (MPE) com representantes da PMA. Maria da Conceição e Marilu Elias da ong Unice, estão cadastrando os moradores
No fim do governo Marcelo Déda, a prefeitura retirou a população que morava nas palafitas e começou a construir casas de alvenaria. Enquanto as casas não ficavam prontas, as famílias foram sendo abrigadas em casas alugadas pela PMA. Estas famílias informam que foram cadastradas na época e aguardam até hoje uma casa. E no último mês foram notificadas pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emurb) com uma ordem de despejo das casas alugadas.
“Primeiro eles mandaram uma carta pedindo que os moradores comparecessem à Emurb. Nessa primeira reunião eles ofereceram um valor mínimo de R$2.200 como indenização pelas casas que foram destruídas. Como os moradores não aceitaram, eles enviaram a ordem de despejo”, explica Marilu Elias Clemente, membro da Ong União pela Cidadania (Unici), que está cadastrando os moradores.
A presidente da Unici, Maria Conceição, afirma que os moradores que receberam a ordem de despejo têm como comprovar que foram cadastrados pela prefeitura para receber as casas. “São famílias que vivem nas casas alugadas há dois anos. Os moradores ameaçaram até voltar a montar as palafitas no mangue”, diz Maria da Conceição. Ordem de Despejo enviada aos moradores
A ordem de despejo inicial tinha prazo de 30 de junho. Contudo, a Ong entrou com uma ação no MPE e conseguiu a prorrogação do prazo. Na segunda-feira, 9, às 10h, os moradores se reúnem com os representantes da prefeitura na sede do órgão. No mesmo dia à tarde, o prefeito Edvaldo Nogueira confirmou que irá receber os moradores.
A assessoria da Emurb informou que nove famílias que estão nas casas de aluguel estão com ordem de despejo imediato. O restante ainda prosseguirá nas casas de aluguel e a PMA está tentando encontrar uma solução. “São famílias que não têm cadastro para receber as casas. A Prefeitura irá pagar as indenizações pelas casas que foram destruídas”, disse Ademar Queiroz, assessor da Emurb.