Imagine a seguinte cena: Você, usuário do transporte coletivo da capital, pega um ônibus e ao pagar sua passagem com vale-transporte de papel ou com dinheiro em espécie, o (a) cobrador (a) discretamente pega um Cartão Mais Aracaju Escolar e/ou Especial embalado em um papel e passa no aparelho de bilhetagem eletrônica, fazendo com que o usuário passe na catraca e não perceba o uso ilegal do cartão. O dinheiro ou vale-transporte acaba ficando em posse de cobrador. Ação dos cobradores é discreta (Foto: Zeca Oliveira)
A cena descrita acima foi denunciada por um usuário do transporte coletivo ao Portal Infonet. O usuário, que não quis ser identificado, conta que utiliza diariamente a linha 003, que faz o percurso João Alves – Orlando Dantas, e que esse tipo de ação acontece de forma muita rápida e só quem presta atenção no movimento do cobrador percebe.
Fiscais
Para apurar a denúncia a equipe de jornalismo do Portal Infonet foi a um terminal de ônibus da capital para conversar com alguns fiscais e usuários. De acordo com o fiscal da empresa Viação Haley, José Santos, é comum escutar conversas entre os funcionários da empresa da linha denunciada sobre o uso ilegal dos cartões. José acredita que por trás dos funcionários existe um laranja que “empresta” o seu cartão para que o cobrador possa utilizá-lo e depois ficar com o dinheiro do “usuário-vítima”. “Na empresa em que trabalho isso não acontece porque os ônibus são equipados com câmeras de vídeos, impossibilitando esse tipo de ação”, ressalta.
O fiscal da Viação Cidade de Aracaju (VCA), empresa responsável pela linha denunciada, diz não saber do problema. Porém, afirma que se isso realmente acontece e os envolvidos têm que ser punidos. Um fato observado pelo fiscal, que não quis ser identificado, é que a ação não deve ocorrer nos terminais, já que os passageiros pagam a passagem antes de entrar no terminal. “Se acontece, acontece quando os ônibus estão circulando”, destaca. A informação que a equipe da Infonet recebeu foi que essa prática é comum também em outras linhas de ônibus, não só na 003. José Santos diz que ação deve ser repreendida pelos usúarios
Já o autônomo, Celso Santos, 46 anos, conta que utiliza dinheiro em espécie para pagar o transporte, mas que espera o cobrador guardar o dinheiro no caixa, justamente para não sofrer esse abuso. “Sinceramente eu não duvido que isso aconteça. Eu, particularmente, nunca presenciei essa cena, porque eu espero o dinheiro ser guardado para passar”, afirma.
Repressão
De acordo com a assessora de comunicação do Sindicato das Empresas do Transporte Público (Setransp), Alessandra Franco, o órgão desconhece essa prática. Mas ressalta que a empresa possui um sistema de monitoramento, onde é possível verificar qual linha, a que horas e quantas vezes um usuário utilizou o cartão. Graças ao sistema, Alessandra diz que a empresa percebeu que no último mês houve um aumento no uso de Cartões Mais Aracaju Escolar e Especial de maneira geral, em todo o sistema.
A assessora informou que vai verificar com os donos das carteiras o motivo pelo qual ela está sendo utilizada com tanta freqüência num mesmo dia e depois vai entrar em contato com as empresas para elas possam apurar o caso. “O Setransp espera esclarecer o caso o mais rápido possível, mas é preciso a colaboração da sociedade”. Alessandra garante que setransp irá apurar o caso
Alessandra destaca que o vale transporte de papel vai ser extinguido a partir de 1º de novembro. Por isso, a Setransp espera que ações como essa sejam minimizadas. Para denunciar abusos causados por funcionários do transporte coletivo as pessoas podem ligar para (0xx79) 3045-2550 ou 3045-2555.
Por Mariana Rocha e Carla Sousa
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