Ortopedista alerta sobre prevenção e tratamento da osteoporose

O Dia Mundial da Osteoporose será celebrado neste sábado, dia 20 de outubro (Foto: Flávia Pacheco/SES)

O Dia Mundial da Osteoporose, celebrado neste sábado, dia 20 de outubro, é uma data para chamar a atenção para um problema que atinge milhões de pessoas no Brasil. A osteoporose é uma doença osteometabólica, onde a pessoa sofre uma alteração na arquitetura interna do osso, a partir de uma redução da sua densidade. Isto implica no aumento do risco de fraturas patológicas após traumas de baixa energia, principalmente ao nível da coluna lombar, colo de fêmur, punhos e ombros.

O ortopedista do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Márcio Rocha, explica que normalmente, a osteoporose está associada ao sexo feminino, com o avançar da idade, devido à fase da menopausa, que é quando a mulher deixa de ovular e de produzir alguns hormônios femininos que estimulam a absorção e armazenamento do cálcio nos ossos. Por isso, a doença é muito mais comum no sexo feminino. No homem pode acontecer, mas é muito mais raro porque os hormônios masculinos tende a manter o nível de cálcio retido no osso por muito mais tempo.

Doutor Márcio Rocha destacou que a doença pode ser decorrente de doenças osteometabólicas que desenvolvam a perda do cálcio ou a dificuldade de absorção do cálcio pelo osso. “Você pode ter uma doença que faz com que haja o aumento da absorção do cálcio do osso, doenças que fazem com que tenha uma barreira para que esse cálcio entre no osso e doenças que podem acometer a fases mais infantis até na adolescência, como o raquitismo, doenças tireoidianas e que podem gerar também esse tipo de alteração”, explicou.

Ele disse também que muitas mulheres de meia idade procuram o consultório do ortopedista e se queixam de câimbras nas pernas e algumas dores. “A osteoporose não doí, o que faz doer são as microfraturas decorrentes da impacção do osso. Eu sempre faço uma analogia da osteoporose com o queijo. Quando a gente é jovem, o nosso osso é semelhante ao requeijão, ele é denso, tem um certo grau de flexibilidade, mas quando o osso chega à fase de osteoporose  é como se fosse um queijo suíço, cheio de buracos, com arquitetura frágil por ser seca e possuir menos água. Então, a flexibilidade e a resistência a forças de compressão diminuem e corre o risco de ter fraturas por achatamento”, disse o ortopedista.

Tipos de osteoporose

Existem dois tipos de osteoporose, a da pós-menopausa e a da senilidade (com o passar dos anos 60,70, 80). A taxa hormonal vai diminuindo a absorção do cálcio e tanto o homem quanto a mulher tendem a ter a osteoporose tipo 2. A do tipo 1, que é a da pós-menopausa, tem associação apenas com a osteoporose feminina.

O diagnostico pode ser feito através de exame clínico, exames laboratoriais e de imagens, como a radiografia, principalmente dos locais mais acometidos que são a coluna lombar, fêmur proximal, punho e úmero proximal que são locais que a osteoporose tende a ter mais evidência. O ortopedista informa quais os diagnósticos padrões e mais utilizados para identificar com precisão a osteoporose.

“Hoje o diagnóstico considerado como padrão ouro é a densitometria óssea, além dela é possível analisar a perda de cálcio pelo exame da calciuria e analisar a dosagem de vitamina D3 serica que é a vitamina ativa e a dosagem de cálcio serico para analisar se está tendo uma hipo ou hiper quantidade de cálcio e se a vitamina D está abaixo ou não, porque é a vitamina D que ativa a absorção do cálcio pela corrente sanguínea. Se você tem uma boa vitamina D, você tem um fluxo de absorção do cálcio normal, se você tem uma baixa de vitamina D esse fluxo de absorção do cálcio até o seu armazenamento ósseo ele tende a ser deficitário, por isso que nós recomendamos para o tratamento em osteoporose a reposição e a manutenção de um suplemento cálcico associado ao suplemento de uma vitamina D, caso os exames estejam baixos”, informou Márcio Rocha.

Tratamento

As orientações quanto ao tratamento da osteoporose são baseadas num esquema de tripé: exposição ao sol bom (respeitando os horários), fazer uso de ingestão de alimentos ricos em cálcio (leites e derivados), folhas escuras, espinafre, couve, evitar comidas que tendem a tirar o cálcio do osso, estimulam o hormônio que fazem esse tipo de atividade para manter o controle sanguíneo do cálcio que seriam o café, o chocolate, refrigerantes porque acabam atrapalhando o metabolismo do cálcio e realizar atividade física (a musculação e os exercícios de força) tendem a ter o beneficio muito importante tanto para o controle da perda da massa óssea, como para o controle da perda muscular (sarcopenia) muitas vezes a pessoa começa a ter fraqueza e câimbra não só porque perdeu o cálcio do osso, mas, devido a perda de massa muscular por causa do sedentarismo que acompanha a idade do idoso.

“É recomendado uma atividade aeróbica para manter um bom cardio e uma atividade de força como os laborais, ginásticas e musculação, com a orientação de um bom profissional, além disso, para ter o controle da perda do cálcio usar alguns medicamentos que podem combater isso, como os bisfosfonados e os similares, fazer uso de suplementos com cálcio e vitamina D e, em alguns casos mais graves de osteoporose severa, às vezes ate usar medicamentos injetáveis em tratamentos cíclicos para enfrentar a doença”, enfatizou o ortopedista.

A osteoporose é uma doença que pode matar em situações, por exemplo, em que a pessoa com fratura de quadril fica acamada e isso é um dos principais problemas da osteoporose, devido aos riscos que ela apresenta para as fraturas numa idade em que não tem bom condicionamento físico. Muitas pessoas quando não têm um apoio para fazer um tratamento correto, em um tempo hábil, permanecem muito tempo acamadas e aí vem as complicações secundarias como as alterações cardiorrespiratórias, gastrointestinal e infecção urinaria. Na Ortopedia, a prática é colocar esses pacientes na ressocialização o mais rápido possível, para que ele permaneça de pé, evitando assim um quadro de depressão com o isolamento social e não venha a ter problemas secundários devido à incapacidade de locomoção.

 Foto: ascom SES

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