Manifestantes se reuniram na tarde desta quinta-feira, 8, na praça General Valadão, para protestar contra as medidas do futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Professores, militantes de movimentos sociais, lideranças sindicais e estudantes participaram do ato público em defesa da democracia e direitos sociais.
“É bom deixar claro que os trabalhadores vão resistir a todas as formas de ataques aos seus direitos. O governo Bolsonaro que está prestes a assumir tem feito uma movimentação com o governo Temer de criar uma pauta de ataques aos direitos previdenciários e trabalhistas”, avalia o vice-presidente do Sindicato dos Professores (Sintese), Roberto Silva.
Para o sindicalista, é fundamental que todas as categorias se unam para enfrentar os desmontes em áreas importantes que estão sendo levados adiante pela equipe de transição do governo Bolsonaro. “Há uma ação articulada para destruir as políticas públicas de educação e saúde”, avalia.
Ainda de acordo com ele, a implementação de medidas já anunciadas, como a prioridade para aprovação da reforma da Previdência ainda este ano, demostram que o futuro governo atuará de modo semelhante ao atual governo Temer, prejudicando os trabalhadores. “É um futuro governo que já demonstra que a sua política será de tirar dos pobres para dar aos ricos. E como ele fará isso? Cortando as políticas públicas para sobrar dinheiro e assegurar o grande capital, os grandes empresários”, resume.
O presidente do Sindicato da Previdência (Sindiprev), Joaquim Ferreira, também analisa com desconfiança as medidas já anunciadas, como a implementação da carteira de trabalho verde e amarela, e a extinção do Ministério do Trabalho. “Esse ministério representa todo o poder de trabalho do trabalhador brasileiro”, destaca. “Além do mais, tem também a reforma da previdência que ele está negociando para ser aprovada esse ano”, lamenta.
Joaquim acredita que após aprovada a reforma da Previdência, virá um grande pacote de impostos. “Na reforma de Bolsonaro, o patrão não vai pagar a previdência. E para cobrir o rombo do patrão, ele está querendo propor a volta da CPMF”, avalia.
por João Paulo Schneider e Verlane Estácio
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