LIRAa: 26 municípios apresentam alto risco de surto da dengue

Até o momento, oito pessoas já morreram com a doença (Foto: Agência Brasil)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou nesta quarta-feira, 24, o quarto Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) do ano, que aponta 26 municípios sergipanos em alto risco de surto, 40 em situação de médio risco ou de alerta, e nove municípios com baixo risco, ou em situação satisfatória. 

O levantamento foi realizado nos 75 municípios do Estado, no período de 15 a 19 deste mês. O LIRAa é feito a partir da coleta de larvas e permite a identificação de criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios. Até o momento, oito pessoas morreram por dengue grave
O quarto LIRAa apresenta um situação mais crítica que o anterior, quando 21 municípios foram identificados com alto risco de surto. O cenário é preocupante segundo atesta a diretora de Vigilância em Saúde da SES, Mércia Feitosa, salientando que no primeiro levantamento do ano, cinco municípios estavam com alto índice de infestação do Aedes.
A evolução da circulação do mosquito no Estado explica os 1.645 casos confirmados e as 5.431 notificações. Lembrou a diretora em todo ano de 2018 foram confirmados pouco mais de 500 casos. Oito pessoas já morreram este ano de Dengue.
De acordo com o LIRAa, estão em alto risco os municípios de Areia Branca, Capela, Carmópolis, Cristinápolis, General Maynard, Ilha das Flores, Itabaiana, Japoatã, Malhada dos Bois, Malhador, Moita Bonita, Neópolis, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Pedrinhas, Pinhão, Porto da Folha, Riachão do Dantas (alto risco em todos os quatro levantamentos do ano), Ribeirópolis, Salgado (alto risco em todos os quatro levantamentos do ano), Santana do São Francisco, São Domingos (alto risco nos três últimos LIRAas) e Simão Dias (alto risco em todos os quatro levantamentos do ano).

 Mércia Feitosa destacou o progresso de Simão Dias no combate ao Aedes.

“A situação ainda é preocupante, mas observamos que a cada levantamento o índice vem caindo gradativamente. Chegou a 19,6 no segundo LIRAa e agora está com 7,4. Isso quer dizer que quando a ação é intensificada, qualificada e realizada em conjunto entre  Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica, escolas e comunidade focando nas áreas críticas do município, esse índice vai diminuir e este é o resultado que a gente quer”, enfatizou.

Preocupante também, como destaca a diretora são as subnotificações, especialmente na rede de saúde privada. “Estamos encontrando as urgências privadas e públicas cheias, mas nem todos os casos suspeitos de dengue estão sendo notificados. Muitas ocorrências chegam pra gente via e-mail, por telefone ou mensagem e quando eu busco as informações daquele nome, não encontro no sistema. Então a gente sabe que está ocorrendo a subnotificação”, revelou.

Ação da SES

Além de realizar o monitoramento dos dados epidemiológicos da Dengue no Estado semanalmente, a SES, em parceria com a Fundação Estadual de Saúde (Funesa), colocou em ação a Brigada de Combate à Dengue, com 50 agentes de endemias atuando nos municípios onde a situação é mais crítica, com a missão de promover ações educativas e eliminação dos criadouros do mosquito.

“Em agosto vamos ampliar esse número para 100 agentes de endemias porque atualmente 26 municípios precisam prioritariamente da nossa força-tarefa”, disse Mércia Feitosa, informando que outra medida que a ser tomada é uma conversa individual com cada um dos 26 municípios com alto risco de surto para juntos reavaliarmos o processo de trabalho no combate a dengue; se o número de agentes no município é suficiente; quais são as áreas que estão atendendo; como estão avaliado o LIRAa e o que executam com esse resultado. O objetivo do encontro é o de também traçar novas estratégias para estes municípios”, adiantou.

Outra ação acontece junto à rede hospitalar. Segundo Mércia Feitosa, médicos e enfermeiros estão sendo sensibilizados a olharem para o paciente com primor e trabalharem com o protocolo clínico do paciente com dengue, para que os casos não evoluam. “queremos que seja feita a classificação de risco, que façam a notificação e solicitem o exame se necessário, para que a gente tenha o perfil real da dengue”, finalizou.

Fonte: SES

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