Curso reúne médicos residentes para debater cardiopatia congênita

Participaram da aula, residentes e todo o corpo clinico da Maternidade (Foto: SES)

Cardiopatia Congênita foi o tema do curso de formação da residência médica em neonatologia que aconteceu no auditório da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), nesta sexta-feira, 27. A aula foi ministrada pela residente Rayra Monteiro Valério, e pelo cardiologista pediatra da MNSL, André Luiz Moura Sotero. Participaram da aula, residentes e todo o corpo clinico da Maternidade, como informou o neonatologista Alex Santana.

“Dividimos o curso em duas aulas. Na semana passada falamos sobre cardiopatia congênita assinótica e hoje estamos falando da cardiopatia cianótica e de como é importante ser diagnosticada o mais cedo possível, ainda no útero da mãe ou logo após o nascimento do bebê”, enfatizou Rayra Monteiro.

André Sotero  explicou que a Cardiopatia é uma má formação no coração.  “Qualquer alteração no formato e na função dessas estruturas chamamos de má formação congênita do coração, então o correto é termos dois ventrículos, mas alguns bebês nascem com um ventrículo só. Há bebês que nascem com abertura entre as cavidades, ou faltando válvula ou com vaso trocado. Nesse sentido, tudo que possamos imaginar, a natureza já criou”, ressaltou Sotero. O médico comentou que de cada 100 crianças que nascem vivas, uma tem o coração com algum tipo de má formação.

Alteração

Ele esclareceu de forma cientifica que a Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto anos mais tarde.

A MNSL é a única maternidade do Sistema Único de Saúde (SUS), a realizar o teste do coraçãozinho. “Com o teste, evita-se que recém-nascidos com cardiopatias graves sejam mandados para casa sem a detecção da patologia e o encaminhamento para o tratamento a ser seguido”, explicou André. Ele observou que é de grande importância fazer o diagnóstico dos bebês antes do nascimento, no pré-natal.

“Existe um exame chamado ecocardiograma fetal, que é realizado por um especialista que vai analisar com detalhes o coração. Ao fazer o diagnóstico durante a gestação você pode mudar o futuro da criança e da família, isso torna possível planejar o lugar que a criança vai nascer, tornando possível, se necessário, a realização de intervenções cirúrgicas ainda dentro do útero”, concluiu o cardiologista.

Risco

O Departamento de Cardiopatia e Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria informam que uma a duas de cada mil recém-nascidos vivos, apresentam cardiopatia congênita crítica e que 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o diagnóstico, podendo evoluir para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber tratamento adequado.

Fonte: SES

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