O que a covid-19 pode ter a ver com queda de cabelos?

 

(Foto: Shutterstock)

A pandemia causada pelo novo coronavírus já vitimou mais de 500 mil pessoas somente no Brasil. O número de casos ultrapassa os 200 milhões no mundo, segundo dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), em uma doença que, apesar da vacinação avançar significativamente, ainda está longe de acabar.

Desde o início da pandemia, infectologistas e especialistas tentam desvendar os mistérios do covid-19. Uma das coisas que sempre intrigou a comunidade médica são os sintomas para quem se recupera da doença. Não é comum encontrar relatos e estudos médicos que apontem a fadiga, dores musculares, tontura e perda de olfato permanente como alguns dos sintomas para quem se recupera da doença.

Agora, os especialistas estão com uma outra pulga atrás da orelha: a Queda de cabelo pós covid. Os relatos são cada vez mais recorrentes, em diversas partes do mundo. Por isso, um grupo de pesquisadores de universidades dos EUA, Suécia e México se reuniram em uma força-tarefa para investigar as causas da queda capilar para quem já foi infectado pelo vírus.

Os pesquisadores descobriram que uma a cada quatro pessoas que se recuperam da Covid-19 tem como efeito colateral a queda de cabelo acentuada, chamada eflúvio telógeno. O artigo do grupo de estudiosos, publicado pelo site Medrxiv, afirma que a queda capilar está no âmbito de sintomas daquilo que a comunidade médica tem chamado de covid-19 persistente, com sintomas que podem durar semanas ou até meses.

A pesquisa ainda não tem respostas para todas as dúvidas que surgiram com a descoberta. O que se sabe é que o eflúvio telógeno costuma ocorrer três meses depois do fator que desencadeou essa condição de saúde e pode durar de três a seis meses. Ou seja, a queda capilar aparecia em pessoas três meses após ela se curar da covid-19, e pode durar por mais três meses.

Segundo os pesquisadores, que analisaram dezenas de estudos sobre o tema com 48 mil pacientes ao todo, os cinco sintomas mais comuns da Covid prolongada são: fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e falta de ar (24%).

Os estudiosos ainda procuram mais evidências para embasar a ligação entre a covid-19 e a queda de cabelo. Esse tem sido um processo de investigação contínuo, já que o próprio aparecimento da pandemia, a rápida disseminação do vírus e seus efeitos na sociedade mundial foram uma tremenda surpresa para todos, entre médicos e leigos no assunto.

O que se sabe, no entanto, é que as doenças associadas a altas temperaturas do corpo afetam o crescimento do cabelo pelos folículos capilares, que são mantidos na fase de repouso do ciclo capilar por dois ou três meses e então eles caem. Outras infecções, traumas e eventos cirúrgicos, assim como o estresse, também podem levar à queda de cabelo.

“Em infecções mais graves, essa perda de fios foi observada ainda nos primeiros 15 dias, muitas vezes durante a internação hospitalar. Porém, a apresentação mais comum é o início da perda aproximadamente dois meses após a infecção e permanecendo por mais dois a três meses, quando os fios começam a voltar naturalmente”, escreveu em artigo publicado na revista Forbes Márcio Crisóstomo, cirurgião plástico e com pós-graduação em Surgical Leadership pela Harvard Medical School.

O especialista afirma que a pandemia impactou inclusive na reestruturação capital de pessoas que fizeram o transplante. “Geralmente os fios implantados nascem três meses após a cirurgia, crescem um centímetro por mês, e o resultado final leva por volta de um ano para aparecer. Nos pacientes que tiveram Covid-19 no pós-operatório, observamos um atraso nesta evolução, com resultado final mais tardio”, explicou ele no artigo.

“A perda de fios ocorre de forma difusa, não somente no topo da cabeça, mas também nas áreas laterais posteriores, e acomete tanto homens como mulheres. É importante salientar que nós observamos também um aumento da queixa de queda de cabelo também em pessoas que não foram infectadas pelo coronavírus, principalmente durante o primeiro período de lockdown, associado ao estresse da situação, que afeta a saúde capilar”, disse ainda Márcio Crisóstomo.

Segundo o especialista, os fios voltam a crescer, mas num ritmo mais lento. Por isso, pode ser interessante para o paciente procurar a ajuda de um especialista e encontrar a melhor solução. Mas o fundamental é ter paciência e esperar que o corpo possa reagir.

Fonte: Linksnaut

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