A chamada de imediato me fisgou e já me interessei pelo assunto.

Mas Nélida, discordo apenas num ponto, acho que não é só Brasília não. Quando vejo todos dançando ao som do Rebolation como se fosse a melhor coisa do mundo começo a desconfiar que o problema  é bem maior, é brasileiro!

Não tenho nada contra o axé music e longe de mim fazer patrulha musical afinal sou super eclética e fã do Roberto Carlos desde pequenininha….Da Jovem Guarda ao pop rock passando, de leve, pelo Márcio Greyck e Odair José.

Mas quando lembro que fomos criados ao som de Chico, Caetano, Gil, Tom, Vinícius e Milton, ouvindo Elis, Betânia, Gal, Rita Lee e em seguida os poetas nordestinos malucos beleza, Raul, novos baianos, Belchior, Alceu, Fagner e Zé Ramalho, na voz da Elba, tocando nas rádios um sucesso atrás do outro, começo a desconfiar do tipo de influência que nossas crianças estão tendo hoje, nesses tempos trash, onde o máximo é ser celebridade e sair na Caras, de preferência freqüentando um camarote patrocinado por uma marca de cerveja!

Pobres crianças e adolescentes brasileiros que tipo de educação poderão ter, quando os heróis da nação são personificados pelo truculento Marcelo Dourado, vulgo BBB. E desde que a Sara Jane resolveu abrir a rodinha transitamos da Boquinha da Garrafa ao Pocotó, Pocotó…

Mas vem a Nélida, de novo, a me dizer que tudo é reversível. É, pode ser!

Enquanto isso a Preta Gil, bacanérrima, entoa o seu Rebolation naquela bobagem, caça níquel, denominada BBB.

Pobre George Orwell, autor de 1984. Deve estremecer!

Nascimento Silva, nº 107-Ipanema-Rio- Foto Ana Libório