A recusa do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, ao convite do companheiro Lula para assumir um cargo importantíssimo no primeiro escalão da República deixa claro que o “Projeto 2006” do PT em Sergipe é para valer mesmo. E se alguém apostava na possibilidade de Déda não disputar o governo no ano que vem, simplesmente, quebrou a cara.
O Informe JB esclareceu, na coluna de hoje, que foi o próprio Déda quem convenceu ao presidente que não poderia se afastar de Sergipe neste momento. As pesquisas de opinião o apontam como franco favorito na disputa ao Governo do Estado, nas eleições do próximo ano, e esse favoritismo, com toda certeza, jamais se repetiria caso outro nome fosse indicado em seu lugar.
Não tem jeito. Se as oposições quiserem chegar ao governo, o candidato tem que ser Marcelo Déda. Ele é o único com chances efetivas de vitória diante de um opositor tão forte quanto o atual governador João Alves filho. Mesmo assim, o embate promete. Será uma verdadeira guerra de Titãs, com resultados imprevisíveis, apesar das pesquisas.
No entanto, os acontecimentos dos últimos dias, e o posicionamento do prefeito de Aracaju diante dos fatos, abrindo mão do sonho que todo político acalenta de ser reconhecido nacionalmente, revelam o comprometimento de Déda com seus aliados em Sergipe. Seria muito confortável aceitar o honroso convite de Lula. Aos 45 anos, Marcelo Déda teria ainda pela frente muito tempo para tentar uma candidatura ao governo. E, diga-se de passagem, com amplas possibilidades de sucesso nessa empreitada. Mas Déda surpreendeu a todos. Isso mesmo. Marcelo Déda Chagas surpreendeu até mesmo aos seus amigos mais próximos com a decisão de ficar em Sergipe. Provou, como diria Eron Ribeiro, que amigo não abandona amigo. Deixou de lado uma perspectiva de poder inimaginável – que poucos recusariam – para manter de pé o projeto de seu bloco político em Sergipe.