CAMPANHA AOS TRANCOS E BARRANCOS

No último domingo, conversei demoradamente com um dos principais nomes que compõem os quadros do PT sergipano e, confesso, fiquei impressionado com a sua narrativa. Avesso a João Alves (não consegue sequer imaginar a possibilidade de um quarto mandato para o atual governador), o fervoroso seguidor de Marcelo Déda praticamente chorou de raiva ao fazer uma análise fria do atual quadro político no Estado. E razões para esse nível de preocupação ele tem de sobra.

 

De acordo com o relato, a campanha de Déda está aos “trancos e barrancos”: sem rumo, sem dinheiro, sem coordenação adequada… Sem absolutamente nada. Nem material publicitário o comitê da Ivo do Prado dispõe para distribuição com a militância. Uma situação, pode-se dizer, calamitosa, diante da guerra que ora se trava em todos os municípios sergipanos na tentativa de vencer um oponente extremamente profissional, do quilate de João Alves Filho.

 

O “companheiro” estava tão desolado que chegou a tecer críticas ao seu próprio candidato ao governo: “Será que Deda acha que vai ganhar de João desse jeito?”, desabafou. “Ou ele acha que uma carinha bonita na televisão vai lhe dar a vitória?”. Não me cabia dizer absolutamente nada. Não trabalho para nenhum dos candidatos. E preferi participar da conversa na condição de mero ouvinte.

 

Gostaria, no entanto, ao fazer a análise de hoje, de comentar apenas um dos pontos abordados por esse “companheiro” ilustre:

 

Espera-se que o horário gratuito na TV seja a solução dos problemas da coligação “Sergipe vai Mudar”. Todos, invariavelmente, apostam no efeito positivo da atuação de Déda nos programas televisivos. Mas se esquecem – ou não sabem – que o alcance do sinal das emissoras de televisão em Sergipe é relativamente pequeno. A partir de 40 quilômetros de distância da capital, o que faz sucesso mesmo são as antenas parabólicas espalhadas nos telhados das casas. Ou seja: os programas gratuitos do TRE, em Sergipe, não serão vistos por mais de 750 mil eleitores (quase 60% do eleitorado). E a retórica brilhante do candidato petista deverá ficar restrita apenas à Grande Aracaju, onde ele já leva alguma vantagem sobre o principal adversário nas pesquisas.

Fora desse raio de ação, o ideal mesmo é arregaçar as mangas, deixar o desânimo de lado e gastar a sola dos sapatos.

 

 

 

 

 

 


O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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