Não tem jeito. Quando queremos avaliar determinado produto ou serviço, invariavelmente, acabamos por compará-lo a algum similar. Até mesmo na Física o processo de comparação é bastante utilizado. Quem não recorda das aulas, no segundo grau, sobre Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado? Acredito que todos, ao menos, têm uma vaga lembrança dessa matéria. E os que lembram sabem que o termo referencial é importante para definir se um corpo está – ou não – em movimento.
Lembro-me bem de um exemplo: um carro trafega em uma estrada a 60 km/h (a propósito, a velocidade padrão nas ruas de Aracaju). Se utilizarmos um dos postes existentes na lateral da estrada como referencial, teremos, aí, detectado e comprovado o movimento. Mas se ao invés do poste, utilizássemos um outro carro também a 60 km/h como referencial, certamente, poderíamos chegar à conclusão que os dois carros estavam parados. Coisas da Física!
Em nosso dia-a-dia não é diferente. Comparamos coisas e pessoas o tempo todo. A comida do restaurante, o serviço de táxi, a lavanderia, enfim, tudo passa pelo nosso crivo. Inclusive, os políticos que nos cercam e “governam”. E é aí que entra em cena o tal do referencial comparativo. Sim, algo semelhante com aquele da Física.
Em um ano eleitoral como o que estamos vivendo, por exemplo, não canso de ouvir comparações entre político A, B e C. Mas, nesses casos, temos que levar em conta que, a depender da bandeira ideológica de quem os compara, o referencial se altera a todo instante, pois, diferente da Física, não se trata de matéria exata, nem lógica cartesiana. As comparações – nesses casos – utilizam o chamado referencial do interesse.
Você poderia dizer que um bom exemplo de referencial para nosso artigo de hoje poderia ser a comparação entre as administrações do ex-prefeito de Aracaju, João Alves Filho, com o atual, Edvaldo Nogueira. Mas isso não seria justo. O referencial estaria desfocado. Tanto João, quanto Edvaldo governaram a nossa capital em momentos distintos e, a meu ver, com realidades completamente diferentes. E João, neste momento, está fora do poder.
Um exemplo mais fidedigno para nossa comparação – e com referencial aceitável – é a de dois políticos da mesma cepa, com idade e ideologia semelhantes, e em plena atividade pública: Marcelo Déda X Edvaldo Nogueira. Você em algum momento já parou para comparar as administrações dos dois? Não, então se prepare para fazê-lo e, de acordo com o seu referencial, avalie o resultado.
Comece respondendo a essas dez perguntas sobre a eficiência das duas administrações (resguardadas as devidas proporções entre o governo e a prefeitura):
1 – Quem trata melhor os servidores públicos? ( ) Déda ( ) Edvaldo
2 – Quem presta o melhor serviço de saúde pública? ( ) Déda ( ) Edvaldo
3 – No transporte público, qual o mais eficiente? ( ) Déda ( ) Edvaldo
4 – Quem constrói mais casas populares? ( ) Déda ( ) Edvaldo
5 – Quem mais investe em Educação? ( ) Déda ( ) Edvaldo
6 – Qual o governo mais transparente? ( ) Déda ( ) Edvaldo
7 – Quem enfrenta menos greves? ( ) Déda ( ) Edvaldo
8 – Qual equipe recebe menos críticas e acusações? ( ) Déda ( ) Edvaldo
9 – Qual deles é mais receptivo às pessoas? ( ) Déda ( ) Edvaldo
10- Quem viaja mais? ( ) Déda ( ) Edvaldo
A depender do referencial que você utilizou ao fazer a comparação entre os dois, provavelmente, ao final, uma constatação poderá surpreendê-lo: Edvaldo Nogueira, pelo trabalho realizado até agora, não é nenhum fantoche nas mãos de Marcelo Déda como costuma afirmar a oposição. Se assim o fosse, com toda a certeza, estaria cometendo os mesmos equívocos do Governo Déda, assinalados por você acima.
PS: Vale lembrar que, hoje, a administração de Edvaldo recebe todo apoio do Governo Déda. E este, por sua vez, recebe todo apoio do Governo Lula, no Planalto. Portanto, não há diferença na correlação de forças, mantem-se o equilíbrio.