Maria Luiza Pérola Dantas Barros
Doutoranda em História Comparada (PPGHC/UFRJ)
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard
E-mail: perola@getempo.org
Era assim que jornais como o Jornal de Sergipe, em 01 de fevereiro de 1979, anunciavam a construção do Campus da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão. De acordo com o que a professora Eliana Souza escreveu na obra História e Memória da Universidade Federal de Sergipe (1968-2012), publicada em 2015, Sergipe poderia ser definido até meados da década de 1950 como um estado pobre, que contava com uma população majoritariamente residente na zona rural e com baixo nível de escolarização. Nesse contexto, conforme salienta a autora, a criação de uma universidade representava um grande passo para o desenvolvimento do estado e a concretização de um sonho para muitos jovens que aqui residiam.
É justamente a edificação desse sonho o tema da exposição intitulada Memórias de uma construção: a UFS e o Campus de São Cristóvão (1977-1981), inaugurada na última segunda-feira, 16 de maio, no Hall da Reitoria da UFS, em São Cristóvão, e realizada pela Pró-Reitoria de Graduação. Composta por 41 imagens, agrupadas em quatro blocos temáticos, a exposição apresenta aos visitantes desde instantâneos de aspectos corriqueiros de uma construção, como a terraplanagem do solo ou mesmo a instalação do sistema de esgoto, passando pelas correspondências trocadas pelo então reitor da universidade, José Aloísio de Campos, com autoridades da época em busca de recursos que subsidiassem as obras necessárias; ou mesmo recortes de jornais evidenciando, entre outras coisas, como aquela construção era esperada pela população local; até os rostos de alguns dos muitos trabalhadores envolvidos, indo assim além das grandes narrativas já escritas, que destacaram majoritariamente as grandes autoridades envolvidas no processo.
O que vemos representado na exposição é o início de uma obra de grandes proporções, que só foi possível a partir do envolvimento e trabalho de muitas pessoas, nas mais diversas funções. Assim como o foi a construção do Campus sede da UFS, assim também pode ser considerado o planejamento e a concretização dessa exposição: um trabalho de muitas mãos, que abrangeu desde a idealização, passando pelas pesquisas e montagem da exposição, até a limpeza e os últimos retoques momentos antes de sua inauguração. O esforço coletivo marcou e continua a marcar a história desse “sonho educacional” em nosso estado.
Para saber mais:
SOUZA, Josefa Eliana. História e memória Universidade Federal de Sergipe: 1968 – 2012. São Cristóvão: Editora UFS, 2015. 446 p.