“O raro momento não é o momento em que existe algo que vale a pena olhar, mas o momento em que somos capazes de ver.” (Joseph Wood Krutch)
Aproveitar festas como o Carnaval, Ano Novo, Festas Juninas pedem muita energia, e há um produto na prateleira de mercado mais próxima que promete entregar isso com alguns goles: as bebidas energéticas.
Só que, nos últimos anos, a bebida associada na publicidade aos esportes, as atividades saudáveis e à vitalidade, vem sendo estudada por seus possíveis impactos negativos justamente na saúde. Autoridades pelo mundo também estão atentas ao tema como no Reino Unido, onde o governo abriu uma consulta pública em 2021 e ainda analisa a possibilidade de proibição da venda dos energéticos a pessoas menores que determinada idade, possivelmente 16 ou 18 anos.
Os defensores do banimento apontam para aquilo que vem sendo alvo de estudos e preocupações: os efeitos de dois dos principais componentes destas bebidas, o açúcar e a cafeína. Há grupos considerados especialmente vulneráveis, como os mais jovens, cujos organismos são mais suscetíveis a altas doses dessas substâncias e que não têm maiores impedimentos para comprar os energéticos. Com toda a certeza todos temos a responsabilidade de proteger as crianças de produtos que afetam sua saúde e educação, e sabemos que bebidas repletas de cafeína e, muitas vezes, açúcar, estão se tornando um item comum na dieta delas.
O consumo de bebidas energéticas tem correlação com pessoas jovens adotando comportamentos de risco, como beber álcool e fumar, mas não é possível determinar se há uma causalidade nisso, conclui o relatório de algumas Comissões Interdisciplinares que estudam essas questões. Essas comissões, inclusive do nosso ponto de vista, apresentam evidências suficientes sobre se os hábitos de consumo das crianças que sejam significativamente diferentes para bebidas energéticas em comparação com outros produtos com cafeína, como chá e café.
No Brasil, segundo dados da consultoria Kantar, do volume de energéticos consumidos em 2021, 1% ficou na faixa dos 11 a 17 anos; 26% de 18 a 29 anos; 18% de 30 a 39 anos; 28% de 40 a 49 anos; e 28% na parcela de pessoas com mais de 50 anos.
Com o carnaval ocorrendo em nosso País antes da Pandemia é evidente, anualmente, especialistas levantam dados sobre os efeitos para a saúde dos energéticos — que de acordo com levantamento da consultoria Kantar, é o terceiro tipo de bebida que mais cresce em penetração (percentual de indivíduos que consomem o produto) no consumo fora do lar no Brasil, atrás da cerveja e água de coco.
Spoiler: com doses relativamente altas de açúcar e cafeína, é o consumo excessivo destas bebidas — como várias latas em uma noite ou latas contendo quantidades grandes de líquido — que mais preocupa, e isso para pessoas mais velhas também. A realidade de ingestão dos energéticos também acende o alerta: eles muitas vezes são combinados com o álcool, cenário que também gera preocupações extras (entenda abaixo).
Confira também, no final da matéria, o posicionamento da associação que representa as marcas de bebidas energéticas no Brasil. O papel de velhos conhecidos: açúcar e cafeína:
ATENÇÃO: Quantidade de cafeína e açúcar observados nos seguintes produtos, por lata:
250 ml de Red Bull=80 mg de cafeína -27g de açúcar
350 ml de coca-cola=35 mg de cafeína e 37g de açúcar
Tecnicamente, a “energia” prometida por estas bebidas, como em qualquer alimento, viria das calorias — ou seja, dos chamados macronutrientes, como as gorduras, os açúcares e proteínas, que são como combustível para o nosso corpo. Portanto, nos energéticos, a principal fonte de energia é mesmo o açúcar, explicou à BBC News Brasil uma grande Pesquisadora e Cientista na Área do Esporte: o açúcar normalmente está nestas bebidas em doses de 10 a 30 g por cerca de 250 ml, a depender da marca —foram pesquisados os rótulos de várias delas comercializadas no Brasil, considerando as do tipo padrão, ou seja, excluindo as versões com redução de açúcar ou sugar free, e em geral, um produto com mais de 15 gramas de açúcar por 100 gramas é considerado como de alto teor de açúcar.
Em 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a recomendação de consumo diário de açúcar para uma dieta saudável a 5% do total de calorias ingeridas, postulando que o limite máximo seria de 10%.Sendo assim, considerando também a recomendação genérica de que uma pessoa adulta consuma aproximadamente 2 mil calorias por dia, o limite máximo de 10% corresponde a 50 g de açúcar diários; e o limite considerado ideal, de 5%, a 25g. Convém salientar de que o açúcar que está presente naturalmente em frutas, verduras, legumes e leite fresco nunca devem ser considerados nestes números, porém infelizmente os problemas para a saúde do consumo excessivo de açúcar são bem conhecidos: danos aos dentes, sobrepeso e obesidade, problemas cardíacos, alguns tipos de câncer e descompensação do diabetes.
ATENÇÃO: O consumo excessivo de açúcar não ocasiona o desenvolvimento do DIABETES-isso é Folclore!!!
Ou seja se o açúcar dá “energia”, a cafeína é a responsável pelo “estímulo” trazido por estas bebidas, além do que há também a taurina (um aminoácido naturalmente presente no nosso corpo , em peixes e frutos do mar ingeridos) — mas em quantidades (nos energéticos) que , elas não são relevantes o suficiente para gerar os efeitos positivos ou negativos tipicamente associados a ela.
Convém alertar de que tanto a taurina quanto a cafeína são conhecidas como drogas psicoativas, ou seja, estimulantes diretos do sistema nervoso central — principalmente a cafeína. Nos 45 minutos iniciais, há um pico (da substância) na circulação, deixando o indivíduo mais alerta, atento, concentrado. Reduz-se o cansaço, a fadiga mental. Depois o que infelizmente ocorre é que o efeito da cafeína começa a cair e vem o efeito do açúcar, com sonolência e fraqueza muscular.
Nos energéticos, há aproximadamente 80 a 90 mg de cafeína para cada 250 ml de bebida, por isso o consumo recomendado de cafeína para adultos é de até 400 mg por dia, enquanto que nas crianças com menos de 12 anos, elas não devem consumir cafeína; e, dos 12 e 18 anos, consequentemente o consumo não deve passar de 100 mg por dia, de acordo com a Academia Americana de Pediatria.
Assim, mais uma vez, é a dosagem ingerida que preocupa — principalmente por seus efeitos de curto prazo, como irritabilidade, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca e piora no sono. Já o impacto da cafeína em problemas crônicos, como a hipertensão, ainda não têm tanta sustentação científica assim.
Alguns Cardiologistas do INCOR destacam de que ainda é preciso entender melhor os desdobramentos da combinação entre taurina e cafeína, “combo” que alguns estudos já mostraram potencializar os efeitos da última.
Eles dizem de que não sabem se o excesso destes estimulantes promovem a liberação de hormônios de excitação, como a adrenalina e noradrenalina, que podem favorecer o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca e promover consequentemente a vasoconstricção dos vasos.
Concluindo, as principais complicações cardiovasculares decorrentes do uso em excesso dos energéticos, certamente que são as arritmias (aumento desordenado da frequência cardíaca) e os picos hipertensivos. Em casos extremos, podem inclusive causar infarto agudo do miocárdio.
Quanto há de cafeína em:
– Uma caneca de café solúvel: 100 mg
– Uma caneca de café filtrado: 140 mg
– Uma caneca de chá preto: 75 mg
– Uma lata de Coca-Cola: 35 mg
– Uma lata de 250ml de energético: entre 80 e 90 mg
– Uma barra de chocolate puro: cerca de 25 mg
– Uma barra de chocolate ao leite: menos de 10 mg
A mistura com o álcool
Se a cafeína nos energéticos tem o papel de colocar o pé no “acelerador”, o álcool, que muitas vezes se junta na forma de vodca ou uísque, por exemplo, seria como colocar o pé no “freio” ao mesmo tempo.
Essa foi a analogia escolhida por uma Pesquisadora Sul Africana para falar dos problemas de se misturar energético com álcool, combo frequente nas noites.
Ela explica que as drogas são classificadas em três grupos: as depressoras do sistema nervoso central (cujo principal órgão é o cérebro); as estimulantes; e as perturbadoras. As primeiras reduzem funções cognitivas como memória e concentração; as estimulantes, o contrário. Já as perturbadoras alteram a percepção dos sentidos e produzem alucinações.
Reforça em Suas Palavras de que a cafeína é um estimulante e o álcool, um depressor. E é justamente esse contraponto que as pessoas tentam fazer: tomar um estimulante para contrapor os efeitos depressores do álcool, como o sono, para, por exemplo, durar mais na noite..
Além do que convém inferir de que, com toda a certeza você pode até mascarar os efeitos depressores do álcool,no entanto o grande problema é que a mistura não corta os efeitos do álcool em si, mas sim a percepção da embriaguez ( o que é extremamente perigoso ). Existem diversos estudos mostrando que a mistura leva a comportamentos de risco bem mais intensos, como beber maior quantidade de álcool e ter comportamento sexual de risco.
Ela destaca também que a mistura muitas vezes é feita para adocicar o gosto do álcool — não à toa é que em uma pesquisa de mercado da Kantar, os consumidores apontaram o sabor dos energéticos como o principal motivador para seu consumo.
Além disso, tanto a cafeína presente nos energéticos quanto o álcool são diuréticos, ou seja, aumentam o fluxo urinário e, com isso, podem levar mais facilmente à desidratação. Por isso, se recomenda, primeiro, que não se faça a mistura álcool e energéticos; e, quando houver o consumo desses produtos, que seja acompanhado da hidratação e alimentação.
Os cardiologistas também alertam para os efeitos deletérios dessa combinação na saúde cardiovascular.
A associação da cafeína com bebida alcoólica pode se tornar uma bomba relógio no sistema cardiovascular, mesmo nos indivíduos mais jovens, portanto se a pessoa já tem doença cardiovascular, como arritmias cardíacas e doença das coronárias, alertamos que com toda a certeza devemos ter um cuidado redobrado.
O álcool em excesso, por si só, já acelera o coração e faz subir a pressão arterial. Logo, com energético, os efeitos são bastante potencializados, e por isso sintomas como tremores e dor de cabeça também podem acontecer.
ORGANIZAÇÕES MÉDICAS AFIRMAM: Como produto ultra processado, energéticos deveriam sofrer sérias restrições para o seu consumo…
u alto teor de açúcar e quantidade de ingredientes, energéticos são considerados ultraprocessados, afirma Paula Johns, diretora da ACT Promoção da Saúde
Para além dos impactos fisiológicos, as organizações que protegem a saúde da População alertam também para as ações publicitárias e de marketing desses produtos. Eles são propagandeados como bons para a saúde, associados a atividades esportivas… Mas os energéticos certamente trazem mais danos do que benefícios. Eles estão absolutamente dentro da categoria de ultraprocessados; Que são grupos de alimentos cujo consumo não é recomendado por ter altos níveis de sal, açúcar e gordura, além de uma lista de muitos ingredientes, sendo que boa parte deles artificiais.
Sendo uma bebida açucarada, os energéticos devem estar submetidos às políticas que defendemos para os ultraprocessados: primeiro, serem sobretaxados; segundo, não deveria ser permitida sua publicidade; terceiro, deveriam vir com rótulos frontais informando sobre a quantidade de açúcar e outros componentes nocivos.
Hoje, as latas de energéticos trazem em seu verso a recomendação de que “crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades” devem “consultar o médico antes de consumir o produto, mas isso infelizmente não sistematicamente realizado. Além disso, temos uma advertência muito severa de que não é recomendado o seu consumo com bebida alcoólica.
Infelizmente observamos de que as únicas restrições pelo poder público mais explícitas talvez se limitem a regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que determinam as quantidades de cafeína e taurina nestas bebidas — respectivamente 35 mg por 100 ml; e 400 mg por 100 ml, o que certamente não é suficiente para um rigoroso e efetivo dessas bebidas tão nocivas a nossa saúde…
Portanto antes de consumir uma bebida energética consulte o Seu Médico, preferencialmente se Ele for um Cardiologista. A SAÚDE agradece.
Atenção sempre a uma criteriosa escolha, do que usar, quando usar e principalmente se realmente Você pode usar!!!
Deus Sempre no Comando…
NAMASTÊ!