Algumas vezes, coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver. (Anônimo )
As doenças cerebrovasculares se dividem em hemorrágicas e isquêmicas e o infarto cerebral pertence a este último grupo.
O Infarto cerebral é a obstrução do fluxo de sangue em uma determinada área dessa região, que leva a morte das células dessa parte do cérebro, se não houver uma rápida restauração do fluxo sanguíneo.
As doenças isquêmicas cerebrovasculares representam 80% de todas as patologias cérebro vasculares e é a principal causa de incapacidade de pessoas adultas, representando um gasto muito grande nos sistemas de saúde dos países desenvolvidos; daí a grande importância da sua detecção o mais precoce possível para que possa ser feito um tratamento rápido em sua fase inicial, reduzindo ou amenizando possíveis sequelas.
O infarto cerebral é também conhecido como derrame cerebral, porém esta terminologia é específica para as hemorragias cerebrais. A oclusão de uma artéria no cérebro ocorre quando há uma obstrução por um coágulo sanguíneo, um fragmento de gordura ou de cálcio que viaja do coração ou das artérias do pescoço até as artérias cerebrais, ou então decorre da oclusão por placas de aterosclerose alocadas nessas artérias. Quando se oclui uma artéria cerebral, essa área do cérebro não recebe fluxo de sangue e se inicia um processo complicado que se chama cascata isquêmica, que consiste em uma série de alterações na célula cerebral, cujo resultado final é a morte da célula e, portanto, de toda a área em torno, pela falta de fluxo cerebral.
Importante: A morte das células cerebrais geralmente ocorre em questões de minutos (cinco).
Em torno da área de morte celular existe uma zona que pode ser salva se conseguirmos restaurar o fluxo sanguíneo antes que ocorra a morte celular; sendo, portanto, esta zona o principal objetivo do tratamento que tem como meta o restabelecimento do fluxo sanguíneo.
Hoje em dia existem tratamentos que podem ser feitos rapidamente para restabelecer o fluxo sanguíneo e que podem ser divididos em dois grandes grupos:
A administração de medicamentos por via endovenosa, que podem dissolver o coágulo (trombolíticos),ou utilizando o cateterismo por via endovascular para dissolver o coágulo.
Portanto podemos agir dessas duas maneiras, utilizando medicação trombolítica por via endovenosa ou então retirá-lo através de um dispositivo especialmente confeccionado para isso.
Cada uma dessas alternativas de tratamento tem suas indicações específicas, por exemplo, se for utilizada a via intravenosa esta deve ser iniciada nas primeiras três horas após o início do evento cerebrovascular e obedecer rígidos critérios para a sua inclusão.
No entanto convém salientar de que a via endovascular nos permite realizar um tratamento com maior vantagem terapêutica de tempo, pois pode ser realizado até seis horas após o início do evento, porém existem casos de sucesso com a realização até 18 horas após o início dos sintomas.
Como podemos concluir, o tempo de que dispomos para o início do tratamento é extremamente exíguo e as possibilidades do seu êxito estão diretamente relacionadas com o tempo transcorrido entre o início dos sintomas do infarto cerebral e a realização do procedimento, ou seja, quanto mais tarde se inicia o tratamento torna-se mais provável o desenvolvimento de sequelas neurológicas; daí a importância de que o paciente e sua família procurem assistência médica o mais cedo possível.
Dentre as manifestações que o indivíduo que está desenvolvendo um infarto cerebral apresenta podemos citar:
• Fraqueza ou paralisia de uma extremidade
• Adormecimento, redução ou falta de sensibilidade de uma extremidade
• Tontura e/ou náuseas
• Visão dupla
• Instabilidade na marcha
• Dificuldade para falar ou para compreender o que se está dizendo
• Conversa desconexa
• Alteração de consciência ou do alerta.
Devemos frisar de que uma vez que o paciente chegue ao serviço de urgência deve ser imediatamente realizada uma tomografia computadorizada de crânio para afastar uma hemorragia cerebral ou qualquer outra contra-indicação do tratamento trombolítico, alertando de que a depender do tempo transcorrido do início do problema é que poderemos escolher a melhor opção de tratamento.
Portanto, podemos afiançar que atualmente temos alternativas efetivas e rápidas do tratamento do infarto cerebral e, sem sombra de dúvidas, os bons resultados irão depender da rapidez da chegada do paciente ao hospital e da ação da Equipe Médica na condução clínica do caso no sentido de evitar futuras sequelas neurológicas irreversíveis.
Uma boa e agradável semana, com muita paz e saúde…