Data Vênia

A disputa sucessória de Aracaju já começou. Em todo lugar despontam possíveis candidatos, sedentos de protagonismo nas eleições de 2024. Alguns deles com chances reais de chefiar o Executivo Municipal, outros mais inclinados à vice-prefeitura e ainda alguns com mero interesse midiático, utilizando as ferramentas eleitorais como grande merchandising político. Afinal, na política brasileira, cheia de ineditismos, tudo vale à pena. Governistas como Nitinho Vitale, Katarina Feitosa, Belivaldo Chagas (preferidos de Fábio Mitidieri), Daniela Garcia (opção de André Moura), Zezinho Sobral, Luiz Roberto, Garibalde Mendonça (nomes de Edvaldo Nogueira), Fabiano Oliveira (queridinho de Laércio Oliveira) sonham com o pleito. Enquanto isso, engrossam o coro da oposição nomes como: Rodrigo Valadares, que aposta no voto dos bolsonaristas; Emília Correia, confiante no seu recall político está sendo cotejada pela situação e oposição. Outra aposta da oposição seria a possibilidade de Valmir de Francisquinho entrar no páreo, trazendo o nome de Emília como vice e assim repetir a vitória do governo, tomada no tapetão. Há também nomes da estrela petista como Eliane Aquino e Márcio Macedo. As pretensões da ex-primeira dama enfraquecem por conta de negociações do presidente Lula com outros partidos, já o homem forte do governo federal, que sonha em ser governador de Sergipe, deve explorar ao máximo seu prestígio político na Secretaria Geral da Presidência da República e abrir mão do pleito.

SOCORRO. O padre Inaldo tem alguns favoritos à sua sucessão: o Secretário de Governo Renato Nogueira e os vereadores Elmo Paixão e Betinho, atual presidente da Câmara, levando vantagem nas pesquisas o parlamentar Elmo Paixão. Já a oposição socorrense estará bem representada pelo ex-prefeito Fábio Henrique, que ainda não sabe se é ou não candidato. Fábio Henrique tem nome forte e entrada franqueada no município mas sua decisão política depende de André Moura, que pretende emplacar o nome de sua filha, Iandra Moura, em uma disputa majoritária municipal – em Aracaju ou Nossa Senhora do Socorro. FH está tranquilo pois, se Iandra ganhar as eleições, ele volta à Câmara Federal, sendo seu primeiro suplente. Já o deputado Samuel Carvalho, que teve uma boa votação nas eleições passadas, não está tendo uma boa adesão política por descumprimento de acordos, erro fatal na linguagem “palanqueana”. Ainda temos o petista Cleverton Siqueira, cria de FH, e o ex-prefeito Zé Franco, que procuram assegurar o vice-título.

O RETORNO DE ANDRÉ MOURA. A notícia da elegibilidade de André Moura no último mês causou um frenesi na política sergipana. Conhecido como “máquina de fazer política”, André Moura comemorou em silêncio o acordo de não persecução penal proposto pela PGR, que pôs fim a três processos criminais por peculato e desvio de recursos públicos, que poderiam estraçalhar a carreira do grande mentor político sergipano. O governador Fábio Mitidieri, que cumpriu 200% do acordo feito com André, sabe que sua reeleição passa pelo crivo do ex-parlamentar. Agora Fábio tem como desafio desdobrar-se em afetos com o Secretário-Geral da Presidência Márcio Macedo, sem perder de vista a campanha ao senado federal de André Moura, que o apoiará na reeleição. Os aliados do governo já até “engoliram” a possibilidade da deputada Iandra Moura sair para Prefeita de Aracaju. Mais forte como nunca, André terá seu nome e prestígio colocado à prova nas eleições de 2024. Estratégias políticas à parte, Iandra é jovem, autêntica e possui legenda leve. Certamente contará com o apoio dos movimentos feministas e das minorias em geral e seu apelo por representatividade.

O RETORNO DE ANDRÉ MOURA II. Desde o início de julho que se fala no julgamento de André Moura. Quando enfim as expectativas do anpp se confirmaram, foi dada como certa sua inserção na disputa pelo Senado em 2026. Numa análise mais figurada da situação política de AM, lembrei-me de uma passagem bíblica de José do Egito. Vejam que André sempre foi muito amado pelo seu saudoso pai, Reinaldo Moura, tanto quanto José do Egito. André amargurou uma condenação criminal e o fim de seus plano políticos até ser “coroado” com a anistia da sua vida pregressa criminal, o que pode ser comparado à trajetória de José, que foi da escravidão ao reinado egípcio. Agora, elegível, e “honrado por Deus”, André já pode brigar pela cadeira de senador em 2026, com reais chances de vitória. Não esqueça que esse salto quântico passa antes pelas eleições municipais de 2024, quando AM terá a oportunidade de colocar o Palácio Olímpio Campos em estado de alerta. Eis a grande vitória do governador do Egito, ou melhor, de André Moura.

DESEMBARGADÁVEIS DO MP/SE.  O Colégio de Procuradores do Ministério Público de Sergipe, composto por 14 Procuradores de Justiça, cargo máximo da carreira ministerial, é presidido pelo Procurador-Geral de Justiça Manoel Cabral Machado Neto. Dentre os 14 membros, apenas 03 (três) são mulheres: Maria Cristina da Gama e Silva Foz Mendonça, Maria Conceição de Figueiredo Rollemberg e Ana Christina Souza Brandi, profissionais aguerridas e devotadas ao ofício ministerial. Esta proporção dos gêneros se repete no âmbito dos Promotores de Justiça e, certamente, influencia nas grandes escolhas políticas da Casa. É o caso da próxima grande escolha do Parquet – de indicação à vaga de Desembargador, aberta com a aposentadoria de Dr. Edson Ulisses de Melo, não havendo grandes apostas femininas para esse páreo. O candidato da administração superior é Etélio de Carvalho Prado Junior, atual Secretário-Geral do órgão, promotor de justiça de carreira irretocável e de fino trato. É sem sombra de dúvidas o grande palpite dessa disputa. Mas como não se pode desprezar a boca miúda, corre solta a notícia de que o govenador Fábio Mitidieri teria preferência por Bruno Melo, desejo que pode se tornar inócuo se o Promotor não figurar na primeira lista sêxtupla elaborada por seus pares. Há também quem jogue suas fichas na terceira via da corrida ao Judiciário encabeçada pelo Procurador de Justiça Jorge Murilo, que poderia desfrutar da resistência do governador ao candidato de Machado. Os membros candidatos deverão ser anunciados nos próximos dias.

MIÚDAS…

… das pérolas do radialista Gilmar Carvalho: “… O governador Fábio Mitidieri não suporta o prefeito Edvaldo Nogueira e vice-versa”.

…. Edvaldo Nogueira sobre a sucessão de Aracaju: “… “quem pensa que eu não vou escolher está enganado, eu vou escolher”. Mas o que parece mesmo é que o apito de Edvaldo anda fraco. Recentemente o presidente da Câmara de Aracaju, Ricardo Vasconcelos, reuniu 15 vereadores, o chamado “Grupo dos 15”, e disse que indicará o prefeiturável em Aracaju. Isso sem o calor da emoção.

… Valmir de Francisquinho lidera a intenção de votos em Aracaju, Socorro e Itabaiana. Cabe a ele escolher qual desses municípios pretende concorrer. Fazendo uso da legislação eleitoral  (Art. 9º  da Lei 9.504) terá até maio de 2024 para transferir seu domicílio.

… Gustinho Ribeiro vem montando os diretórios municipais dos Republicanos, trazendo novos nomes para à agremiação partidária. Pretende o parlamentar eleger pelo menos uns 30 prefeitos e vice-prefeitos. A agremiação partidária tem o objetivo de fazer pelo mesmo três vereadores em Aracaju.

… uma pergunta que ninguém quer responder: “- Sukita pode ser candidato?”. Uns dizem que não, outros dizem que não sabem e o próprio Sukita afirma que sim. No site do TSE consta que seus direitos políticos estão suspensos.

…. sobre a sucessão da Capela, dificilmente a prefeita Silvany Mamlak deve fazer seu sucessor. O fato é que sua administração deixa a desejar e a prepotência do seu companheiro, o deputado estadual Cristiano Cavalcante (ex-Beltrão), afasta aliados e eleitores. O deputado, num gesto bizarro e pífio, jogou cédulas de dinheiro para os habitantes do povoado Serrão, em Ilha da Flores, causando tumulto e graves transtornos entre populares, sem falar no apelo eleitoreiro e situação vexatória criada com esta reprovável conduta. O companheiro de Silvany também pisou na bola quando menosprezou, em uma emissora de rádio, o ex-prefeito e atual Secretário de Desenvolvimento Econômico de Rosário do Catete, Wagner Quintela e quando se colocou à frente dos prefeitos dos Vale do Cotiguiba, exigindo que estes apoiem suas indicações para a sucessão municipal. Talvez em Alagoas essa forma de política ainda funcione. Em Sergipe, felizmente, não.

… o senador Alexandro Vieira está tendo um trabalho hercúleo para montar o MDB em Sergipe, mas tem enfrentado diversos reveses pela maneira ríspida com que trata as pessoas. O fato é que, mais uma vez, o partido será composto com a sobra do PSD de Fábio Mitidieri, pois o senador é um aliado do governo, inclusive indicando amigos para ocupar cargos em comissão.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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