Laudos periciais de adulteração veicular crescem quase 70% em Sergipe

As perícias são feitas em carros, motocicletas e outros veículos com restrições de roubo ou furto e recuperados em ações policiais. Exames também são feitos quando há inconsistências nos sinais identificadores do veículo (Foto: SSP/SE)

Em meio à grande movimentação de veículos nas ruas e avenidas, assim como das diversas negociações de compra e venda de carros e motocicletas, alguns detalhes podem passar despercebidos. Adulterações em numerações de chassi e peças de motor, por exemplo, são exemplos desses detalhes que apenas são identificados com a utilização de instrumentos ópticos, reagentes químicos não tóxicos, equipamentos eletrônicos e consultas aos sistemas de segurança pública. Os exames periciais de identificação veicular são feitos pelo Instituto de Criminalística (IC), vinculado à Polícia Científica.

oi como resultado do trabalho dos exames e laudos de perícia veicular que o senhor José Alberto Melo conseguiu recuperar um veículo. “Minha esposa foi assaltada e levaram o carro dela. Prestamos queixa com o boletim de ocorrência na delegacia. Passaram-se mais ou menos seis meses e o carro foi encontrado. O carro foi apreendido. O carro teve a numeração do chassi adulterada”, contou.

Após a perícia feita pelo IC, a Polícia Civil entrou em contato. “O perito deu lado, e a delegacia avisou que o carro já estava à disposição. Minha esposa tinha esperança de um dia encontrar, mas eu mesmo [já não acreditava]. Eles me ligaram e foi uma sensação de alegria. Eu sabia que tinha essa análise, mas desconhecia essa capacidade de identificar o carro depois de um chassi adulterado [não conhecia]”, acrescentou o senhor José Alberto.

Esse é um dos resultados que envolveu o trabalho da perícia veicular do IC. Conforme o levantamento feito pela Polícia Científica, em 2022, o Setor de Identificação Veicular realizou 541 exames periciais em veículos com o intuito de determinar a real identificação de carros, motocicletas e outros veículos apreendidos durante as ações e operações das forças de segurança pública em todo o estado, como a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e guardas municipais.

Como resultado desses exames, em todo o ano passado, o IC emitiu 534 laudos periciais, que são encaminhados às delegacias, como a Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV). Já em 2023, entre os meses de janeiro e setembro, foram realizados 541 exames que resultaram na emissão de 569 laudos periciais que robustecem os inquéritos policiais que apuram crimes de roubos e furtos de veículos. Houve um aumento de 69% na emissão de laudos periciais do setor de Identificação Veicular, quando comparado com o mesmo período do ano de 2022.

Investigação demanda perícia veicular

O diretor do Instituto de Criminalística, Luciano Homem, explicou que o setor de Identificação Veicular é acionado pela autoridade policial em situações em que há possibilidade do veículo apreendido ter sofrido adulteração em sinais identificadores. “Quando o veículo apresenta qualquer sinal de adulteração, ele é apreendido e encaminhado para a perícia”, destacou.

Em alguns casos, o exame é feito no próprio IC, mas na maioria dos casos a equipe se desloca à delegacia e faz o exame no próprio local, o que também otimiza o tempo entre a análise pericial e a emissão dos laudos que são encaminhados à Polícia Civil. Nos exames periciais, são utilizadas técnicas para a verificação da verdadeira numeração dos carros e motocicletas apreendidos, conforme especificou Luciano Homem.

“Normalmente, o autor da adulteração se preocupa em ocultar ou modificar a identidade original do veículo e, durante os exames, os peritos vão em busca da identificação do veículo original. Algumas técnicas são utilizadas pelos autores para adulteração, dentre elas podemos citar implante de chassi, destruição dos sinais verificadores, ocultação dos sinais do veículo”, demonstrou o diretor do IC.

Equipamentos para identificação

Dentro do conjunto de técnicas da identificação veicular, o perito criminal Pedro Espíndola destacou a metalografia e a análise do sistema embarcado do veículo. “A metalografia no número de identificação veicular, no chassi, no motor e elementos acessórios, junto à análise dos sistemas do veículo. Com essas combinações, nós conseguimos chegar à identificação do veículo”, relatou.

Dentre os equipamentos utilizados para a identificação veicular no IC, está o boroscópio, que fornece imagens de partes de difícil acesso nos veículos apreendidos. “Na realização dos exames, os peritos utilizam algumas técnicas e equipamentos. O boroscópio é um instrumento óptico que possibilita acessar partes e locais de difícil acesso, principalmente do motor do veículo”, pontuou Luciano Homem.

Outros casos de identificação veicular

Entre os diversos casos em que houve a identificação do veículo, o perito criminal Pedro Espíndola relembrou um caso recente. “Um veículo de modelo Etios era aparentemente legal, mas houve uma desconformidade com um elemento acessório. Por esse motivo, ele foi apreendido. Fizemos a perícia e evidenciamos que havia adulteração no chassi e identificamos a quem pertencia o veículo”, pontuou.

O diretor do Instituto de Criminalística, Luciano Homem, concluiu reforçando a importância do trabalho da identificação veicular para a elucidação de crimes. “A partir do momento que esses veículos são identificados, é possível chegar ao verdadeiro dono, tendo a possibilidade de restituir o bem ao verdadeiro proprietário. Por isso, esses exames têm uma grande importância e é bastante gratificante ver esse retorno à sociedade”, finalizou.

Fonte: SSP/SE

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