A alegria precisa combinar com prevenção
O carnaval chegou e com ele a expectativa de grandes momentos. Daí, quando se fala em carnaval, logo vem à cabeça festa, alegria e até novos relacionamentos amorosos passageiros ou não. Para alguns, é oportunidade para extravasar e mudar de comportamento. Para as pessoas que se encaixam nesse comportamento, alguns lembretes são importantes antes de começar a festa.

Cuidados com a Saúde Sexual
Para alguns, é a época em que as pessoas procuram se comportar de um jeito diferente. É fundamental se preocupar com a prevenção às IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis e com a prevenção à Gravidez não planejada. Só existe um insumo de dupla proteção: o preservativo externo (pênis) e interno (vagina). Um importante fator de risco que dificulta a prevenção é o uso abusivo do álcool e até outras drogas. As pessoas perdem a percepção de risco e passam a ter relações sexuais sem preservativo.

Embora o uso do preservativo continue sendo a principal estratégia na prevenção de IST, a PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e da PEP (profilaxia pós-exposição) também são medidas complementares ao uso do preservativo, através do uso de medicamentos antirretrovirais. Como nosso assunto é o risco pontual no carnaval, é importante informar que, caso haja alguma falha na colocação do preservativo ou até o não uso na relação sexual, por qualquer outro motivo, o usuário pode procurar, até 72 horas após a situação de risco, um serviço que disponibiliza a PEP – Profilaxia Pós-exposição ao HIV. Em Aracaju, a PEP está disponível, durante as 24 horas, no Hospital Nestor Piva (Zona Norte) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco (Zona Sul).  No interior, o atendimento ocorre nos hospitais regionais e algumas Unidades de Pronto Atendimento. Nestes serviços, a pessoa relata qual foi a situação de risco (relação sexual sem preservativo, preservativo rompeu, violência sexual ou acidente com material pérfuro-cortante com presença de sangue visível). Será submetida ao teste rápido de HIV. Caso o profissional de saúde confirme a indicação a PEP, a pessoa iniciará o uso do medicamento por 28 dias e, ao completar 30 dias, repetirá o teste rápido para o HIV .

Outros cuidados são importantes
Nos blocos de carnaval, é muito comum, o beijo em série, onde há o contato íntimo com múltiplas pessoas. Essa prática pode levar a uma infecção  viral, causada pelo vírus Epstein-Barr, presente na saliva, provocando a mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como a “doença do beijo”, cujos sintomas , como dor de garganta, fadiga, mal-estar, febre e inchaço dos gânglios (linfonodos). As pessoas com sinais e sintomas devem se dirigir à unidade de saúde mais próxima para serem medicados para alívio dos sintomas e procurar ter bastante repouso. É uma infecção mais frequente nessa época carnavalesca, entre jovens e adultos com idade média entre 15 a 25 anos.

Combinações Perigosas
No carnaval, é comum associar o uso das bebidas alcoólicas e outras substâncias. O uso de energéticos e álcool pode ser fatal para o coração. O álcool relaxa o nível de consciência e faz com que a pessoa queira consumir a bebida cada vez mais. As bebidas energéticas contêm várias substâncias. As mais importantes são a cafeína e a taurina. Estudos relatam que o combo de taurina e cafeína causa aumento do trabalho cardíaco.

A interação entre o consumo de álcool e a pílula anticoncepcional é uma preocupação frequente. Estudos indicam que o álcool pode afetar a metabolização dos hormônios presentes na pílula. Isso significa que o fígado, que processa tanto os hormônios contraceptivos quanto o álcool, pode priorizar a quebra do álcool, reduzindo a eficácia da pílula.

É importante destacar que o impacto do álcool na pílula anticoncepcional pode variar de pessoa para pessoa e depender de fatores individuais, como a quantidade de álcool consumida e a frequência do consumo. Outras combinações perigosas comuns no carnaval é na ressaca, usar o paracetamol que  pode resultar em consequências sérias para a saúde, incluindo danos ao fígado e outros efeitos adversos.